14 de agosto de 2017

Onde?


Como está decrepita a minha porta
A caixa do correio apodreceu de não usada
O teu silêncio grita aos meus ouvidos
A tua sombra enche os meus espaços
Gélida
Gela-me
Tão distante de mim
E tão dentro de mim
Tão presente de ausente
Onde estás, tu, o meu eu?


13 de Agosto de 2011

...

Não passavas à minha janela
que não dissesses
Olá, Menina!
Um dia eu acordei
A minha janela tinha grades
que as tuas mão teceram
Mas o teu Olá, Menina ficou
por dentro das grades
e todos os dias o ouço
Ao acordar

Fechada

Fechada no granel
Chave despejada
Já inútil
Na Ribeira
Viras as costas
Afastas-te
Indiferente
Definho
Apodreço
Por detrás da porta
Fechada
Fechada

Na ribeira

Por detrás dos teus olhos

secaram as minhas lágrimas
nem o frio
nem o vento
as secarão mais
a água já não corre
na ribeira.

14/08/2011