Bom dia!
Hoje estou nostálgica. Tenho saudade da terra levantada pelos pneus dos carros na “sucata”.
Imagine-se do que eu me fui lembrar…eu que até nem sou fã de ralis, mas no tempo em que eu ia à sucata ver o rali eu acho que era feliz. Mas nem foi só a felicidade que penso ter vivido nessa época que me veio à memória hoje, mas também o facto de ser o mês de Agosto a altura do ano em que Santa Maria se traveste de ilha cosmopolita, de ilha de turismo de massas, de ilha de todos os regressos, de todos os caminhos trazerem à ilha.
Tudo começa com a Semana da Juventude e este ano o programa constou de Workshops sobre teatro e comida vegetariana, animação de rua, cinema ao ar livre, concertos de música, raves e exposições de fotografia e levou à Praia Formosa alguns jovens. Disse quem lá foi que foi pouco participada, o que é pena. O que terá falhado?
Mas é com o rali que começam a afluir à ilha, primeiro as equipas que apoiam os concorrentes, as suas famílias e mais em cima do dia os apreciadores do desporto automóvel. As estradas começam, desde muito cedo, a tornarem-se em autenticas pistas de treino e a febre da velocidade contagia os locais até vários dias depois do rali terminar.
As Festas 15 de Agosto justificam o retorno à ilha de muitos emigrantes sedentos de abraçarem os que ficando mantêm as tradições vivas, vindimam os vinhos que matam todas as sedes recalcadas durante, pelo menos, o último ano. Ouvem-se nas lojas, restaurantes e nas ruas as expressões, os “xuas”, que os identificam, os distinguem dos familiares que os acompanham na compra das recordações que irão ocupar o lugar dos “candins”, das “snickers”, e das roupas a cheirar a América, que encheram as malas da saudade lusalandesa. O terminal do aeroporto ganha um movimento que o faz voltar a ser o Aeroporto Internacional de Santa Maria de tempos idos.
Passados poucos dias temos a Maré…a maré do nosso contentamento que faz a ilha ficar prenhe de juventude, transbordante das cores e sons que a tornam encruzilhada/ponto de encontro e reencontro da malta que nasceu e cresceu a navegar nas corvetas do passado, no golfinho/ilha azul do presente e os que pela palavra que passa de boca em boca, pelas notícias em jornais e revistas editadas a nível nacional dão conta do que acontece neste cantinho da possível Atlântida durante o fim de semana mais longo e mais curto do ano mariense. Alguns começaram a bater o pé ao ritmo ainda no ventre materno. Famílias vieram na primeira ou segunda Maré e vieram nas vinte seguintes.
E depois da Maré? Depois da Maré vem o silêncio da maré vaza, da calmaria que antecede o Inverno que faz ter saudade da Primavera que nos levará a mais um Agosto de ilha travestida em fulgurosa e bela Atlântida que, afinal, é verdade, foi aqui.
Abraços marienses
Azurara, 7 de Agosto de 2006
Ana Loura
Hoje estou nostálgica. Tenho saudade da terra levantada pelos pneus dos carros na “sucata”.
Imagine-se do que eu me fui lembrar…eu que até nem sou fã de ralis, mas no tempo em que eu ia à sucata ver o rali eu acho que era feliz. Mas nem foi só a felicidade que penso ter vivido nessa época que me veio à memória hoje, mas também o facto de ser o mês de Agosto a altura do ano em que Santa Maria se traveste de ilha cosmopolita, de ilha de turismo de massas, de ilha de todos os regressos, de todos os caminhos trazerem à ilha.
Tudo começa com a Semana da Juventude e este ano o programa constou de Workshops sobre teatro e comida vegetariana, animação de rua, cinema ao ar livre, concertos de música, raves e exposições de fotografia e levou à Praia Formosa alguns jovens. Disse quem lá foi que foi pouco participada, o que é pena. O que terá falhado?
Mas é com o rali que começam a afluir à ilha, primeiro as equipas que apoiam os concorrentes, as suas famílias e mais em cima do dia os apreciadores do desporto automóvel. As estradas começam, desde muito cedo, a tornarem-se em autenticas pistas de treino e a febre da velocidade contagia os locais até vários dias depois do rali terminar.
As Festas 15 de Agosto justificam o retorno à ilha de muitos emigrantes sedentos de abraçarem os que ficando mantêm as tradições vivas, vindimam os vinhos que matam todas as sedes recalcadas durante, pelo menos, o último ano. Ouvem-se nas lojas, restaurantes e nas ruas as expressões, os “xuas”, que os identificam, os distinguem dos familiares que os acompanham na compra das recordações que irão ocupar o lugar dos “candins”, das “snickers”, e das roupas a cheirar a América, que encheram as malas da saudade lusalandesa. O terminal do aeroporto ganha um movimento que o faz voltar a ser o Aeroporto Internacional de Santa Maria de tempos idos.
Passados poucos dias temos a Maré…a maré do nosso contentamento que faz a ilha ficar prenhe de juventude, transbordante das cores e sons que a tornam encruzilhada/ponto de encontro e reencontro da malta que nasceu e cresceu a navegar nas corvetas do passado, no golfinho/ilha azul do presente e os que pela palavra que passa de boca em boca, pelas notícias em jornais e revistas editadas a nível nacional dão conta do que acontece neste cantinho da possível Atlântida durante o fim de semana mais longo e mais curto do ano mariense. Alguns começaram a bater o pé ao ritmo ainda no ventre materno. Famílias vieram na primeira ou segunda Maré e vieram nas vinte seguintes.
E depois da Maré? Depois da Maré vem o silêncio da maré vaza, da calmaria que antecede o Inverno que faz ter saudade da Primavera que nos levará a mais um Agosto de ilha travestida em fulgurosa e bela Atlântida que, afinal, é verdade, foi aqui.
Abraços marienses
Azurara, 7 de Agosto de 2006
Ana Loura
O que falhou na semana da juventude não sei nem me interessa, acho é que para aquilo que fizeram e o número de pessoas que fizeram deslocar a Santa Maria o apoio atribuido dá para fazer 3 semanas da juventude este ano, e o cartaz que estava em cima da maré contra as bebidas alcoolicas foi pago pelo governo para estar lá...... mas uns metros mais acima lá estava o bar a vender bebidas a toda a gente.
ResponderEliminarO que tu gostas dessa ilha, mulher! :)
ResponderEliminarBeijinho
Não está relacionado com este post, mas não fui capaz de não te enviar:
ResponderEliminarhttp://eunicemap.blogspot.com/2006/08/ontem-fui-para-casa-chorar.html
Como foi a maré deste ano?
ResponderEliminarEstou curioso :)
Olá Ana,
ResponderEliminarcomo como correu a maré?
bjnhs
Tiago