23 de julho de 2007

ANA- mais um atentado ao ambiente


Foto "roubada" ao blog http://www.compararsantamaria.blogspot.com/


Não guardes para amanhã o que podes fazer hoje!

É vício, uma forma de ser, um apenas ser assim…deixar para a última hora o que poderia ir fazendo, nas calmas, pau-la-ti-na-men-te.
É o caso das crónicas, todos os Domingos à noite digo-me que a próxima crónica começará a ser escrita, no máximo na próxima Quarta Feira e…dou comigo a começá-la Domingo à noitinha ou mesmo à noite. Os meus amigos da Internet, do MSN já sabem que não há que falar comigo, estou online mas é por mania, para saber que não estou sozinha, que do outro lado da linha, da rede, está alguém a respirar, um coração a bater. Claro que há excepções, há pessoas raras a quem é permitido que me interrompam para uma breve conversa, para saber como vão e para saberem como vou. E para os distraídos escrevo: Não incomodar, estou a cronicar. Assim até podem pensar que sou uma espécie de Fernão Mendes Pinto, o que me dá status, importância. Mas aos amigos que vivem perto e sempre me podem bater à porta, àquela porta que abro para sair ou entrar do espaço físico, real onde vivo onde fisicamente me movo no dia a dia não poderei, da mesma form,a dizer não batas, não estou disponível para dois dedos de conversa. Não vou pôr lá na porta uma plaquinha do tipo Cuidado com o cão para demover das boas intenções de me fazerem companhia nos serões de Domingo quem sabe que estou só e por gostar de mim me traz um tuperware pequenino com uma deliciosa feijoada. Aconteceu hoje…e eu…lá se vai a crónica, estou tramada…caramba, porque não comecei eu a escrever na passada quarta feira? Sempre a mesma coisa. E lá conversámos, fomos para a cozinha, comi a feijoada que estava mesmo uma delícia, bebemos um copito de tinto e depois lá se foi a minha amiga embora e eu a pensar, foi bem agradável este bocadinho, mas eu deveria arranjar uma placa tipo Cuidado com o cão a dizer Não incomodar, estou a cronicar e pendurá-la de fora da porta da rua…

Bom, mas parece, até, que nem tenho tema para a crónica de hoje. Mas infelizmente até tenho. Vi em vários blogs fotografias que me chocaram, me entristeceram e me revoltaram. Uma coluna de fumo negro a subir no ar vinda de dentro dos limites da zona ar do aeroporto de Santa Maria. Pelo que me pareceu foi realizada uma queimada numa zona de mato. Pela cor do fumo questiono-me se teria sido “apenas” mato…Mas as questões fundamentais são: Pode qualquer pessoa realizar queimadas? É legal? Pode a ANA realizar queimadas? É legal? Pode qualquer pessoa poluir o ambiente? É legal? Pode a ANA poluir o ambiente? (o fumo não ficou confinado ao fense do aeroporto) É legal? Não havia animais no local da queimada? Pode a Ana, em termos morais no que se refere ao atentado à vida de animais indefesos, queimar vivos animais que estariam na área queimada? Sabemos que não é a primeira vez que nos Açores a ANA toma atitudes de atentado à vida animal, inclusive de espécies protegidas como foi o caso dos milhafres no Aeroporto João Paulo II em S Miguel. Será, também, que a queimada foi realizada ao fim do dia prevendo que os funcionários do Ambiente já estariam a gozar as delícias do descanso nas areias da Praia Formosa ou noutro recanto do paraíso? Ou a Secretaria do Ambiente não tem jurisdição sobre o ar da ilha que fica fora do fense e é poluído pelo que se faz dentro do fense? O certo é que haveria outras soluções mais racionais, menos atentatórias do património comum que é o ar que todos respiramos e aos animais que devemos respeitar, roçar o mato e enterrá-lo de modo a decompor-se naturalmente. Mas isso seria uma solução simples demais…O certo é que, mesmo que a ANA não esteja abrangida (não estará?) pela lei geral do país mandam as boas práticas que apregoa ter (é uma empresa ecológica como dizem os baldes de lixo espalhados pelo terminal e nos cartazes), mandarão os procedimentos da política de qualidade que lhe terá dado a certificação queimar silvas, coelhos, grilos e outros animais? Será que há processo de qualidade para a limpeza das áreas envolventes às placas, taxiways e pistas?

Estou revoltada com a prepotência, o desrespeito, e a quem deu a ordem para que se fizesse o que foi feito só me apetece insultar, dizer o que não devo por respeito a quem me ouve, porque a eles, por não me respeitarem nem respeitarem aos outros marienses, já não lhes devo respeito nenhum. Sei bem que esta crónica lhes vai valer um sorriso de escárnio e um encolher de ombros e alguma comentário jocoso. Mas eu hoje vou dormir de consciência tranquila porque disse o que pensava. E eles? Vão dormir também com as suas tranquilas? Ou será que já a perderam faz tempo?

Adenda resultante de dois comentários

Querido anónimo/a, preocupar-me com a "porcaria" dos grilos é a mesma coisa que me preocupar com a "porcaria" dos touros com a "porcaria" de qualquer outro ser vivo, a paisagem, ambiente...tudo. Opções...sou assim e não há volta a dar-lhe.

Quanto ao fense, tem razão, há que "traduzir". Como saberá Santa Maria e outras ilhas dos Açores têm forte influência da língua inglesa dos USA. Santa Maria, primeiro pela estadia dos engenheiros e técnicos para construção do aeroporto já quase no final da segunda Grande Guerra e depois pelo grande fluxo migratório de marienses para lá (EU). Quando fui para os Açores, Faial, comecei por ler Manuel Ferreira, Dias de Melo e Vitorino Nemésio e cedo me habituei às palavras suera (pull-over, camisola ou casaco de lã), pana (alguidar), mapa (esfregona). Mas mesmo assim, estando eu em Santa Maria há mais de um ano uma amiga, não me recordo em que contexto fala-me num colchão de espurinas (de springs, molas) (nem sei bem se será essa a palavra) fiquei minente (parva) (ara (ora) esta eu aprendi bem depois...)Há imensas palavras ligadas à aeronáutica e aeroportuária, tanque farme, e fense é uma delas e sim, é a vedação que separa os terrenos aeroportuários própriamente ditos do resto da área do aeroporto onde está implantado o parque habitacional, oficinas gerais, capela, supermercado...
Obrigada pela chamada de atenção e beijinho (sejas lá quem fores) Vou colocar este meu comentário em adenda ao post


Abraços marienses
Árvore, 23 de Julho de 2007
Ana Loura

11 comentários:

  1. Já me faltam palavras quando nos assunto a "pessoa" visada é esta empresa mas tenho a esperança que daqui a uns anos (poucos) e se ainda andar por aqui (blogosfera) possa contar algumas peripécias protagonizadas por um ou outro régulo que por cá anda.


    Bjs Ana

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  2. Achei isto algures, talvez gostes.
    http://marius706.no.sapo.pt/
    Quanto à queimada, valha-nos a águinha que aquiu vai caindo.
    Bom Verão

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  3. Para onde?? Já agora Ana, agradece os beijinhos(*) devem ter sido enviados após uma noite mal dormida!!!!

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  4. Tens razãp em estar revoltada ,aliás poucos devem ter sido os marienses que não ficaram revoltados, alguns (poucos) ficaram concerteza contentes, assim como quando foram abatidas as árvores - Há certos atentados à natureza que quem os pratica deveria estar condenado por direito a naõ viver na terra. As Empresas cada vez mais se denominam de defensoras do ambiente , proclamam por todos os cantos a Qualidade mas é só no papel, é só para obterem a certificação e porque isso lhes dá muitos beneficios e aguenta e desencadeia uma série de Acessores cada um com o seu carguinho bem remunerado!!! quanto ao resto ninguém liga - eles são srs e reis deste recanto do mundo. Como vista a resposta que deram a que comentou o blog do Marco sobre o mesmo assunto foi darem-se ao luxo de transcrever os artºs sobre as queimadas como se em Santa Maria só eles fossem os iluminados e tudo o resto é analfabeto ou ceguinho!!! Um dia destes eu estou em crer que vamos voltar aos velhos tempos onde circular neste Aeroporto só com uma licença !!!porque aqui só vai ser permitido viver gente COM GRANDES CABEÇAS !!! é com tantas deias que vão tendo não haverá espaço para mais ninguém|.
    L.A.

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  5. LA, infelizmente gostei do que escreveste.
    Beijinho

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  6. LA, não acredito que este tempo (de circular no aeroporto com licença) volte, estou mais crente que para circular no aeroporto futuramente bastará apenas termos uma 4x4 e uma espingarda (nem que seja de bolas de tinta)


    Saudações

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  7. Até concordo com o que disseste sobre o ar mas a agora ficar preocupada com a porcaria dos grilos, isso, é de mais.....

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  8. Outra coisa "fense"?? Eu fiz uma pesquisa no dicionário e o único termo aplicável que encontrei foi "vedação" não sei, mas, parece que esta palavra é estranha para certas pessoas. Infelizmente isto acontece cada vez mais vezes é uma pena ver a língua de Camões banalizada desta forma...

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  9. Querido anónimo/a, preocupar-me com a "porcaria" dos grilos é a mesma coisa que me preocupar com a "porcaria" dos touros com a "porcaria" de qualquer outro ser vivo, a paisagem, ambiente...tudo. Opções...sou assim e não há volta a dar-lhe. Quanto ao fense, tem razão, há que "traduzir". Como saberá Santa Maria e outras ilhas dos Açores têm forte influência da língua inglesa dos USA. Santa Maria, primeiro pela estadia dos engenheiros e técnicos para construção do aeroporto já quase no final da segunda Grande Guerra e depois pelo grande fluxo migratório de marienses para lá (EU). Quando fui para os Açores, Faial, comecei por ler Manuel Ferreira, Dias de Melo e Vitorino Nemésio e cedo me habituei às palavras suera, pana, mapa. Mas mesmo assim, estando eu em Santa Maria há mais de um ano uma amiga, não me recordo em que contexto fala-me num colchão de espurinas (nem sei bem se será essa a palavra) fiquei minente (ara esta eu aprendi bem depois...)Há imensas palavras ligadas à aeronáutica e aeroportuária e fense é uma delas e sim, é a vedação que separa os terrenos aeroportuários própriamente ditos do resto da área do aeroporto onde está implantado o parque habitacional, oficinas gerais, capela, supermercado...

    Obrigada pela chamada de atenção e beijinho (sejas lá quem fores) Vou colocar este meu comentário em adenda ao post

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  10. Sempre à disposição.

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