O ratinho estava na toca, e do lado de fora o gato:
- MIAU, MIAU, MIAU...
O tempo passava e ele ouvia
- MIAU, MIAU, MIAU...
Depois de várias horas e já com muita fome o rato ouviu:
- AU! AU! AU!
Então ele deduziu:
"Se tem cachorro lá fora, o gato foi embora"
.Saiu disparado em busca de comida.
Nem bem saiu da toca o gato ZUMBA!!
Inconformado, já na boca do gato perguntou:
Poça, gato!!! Que sacanice é essa???
E o gato respondeu:
Meu filho, hoje nesse mundo "globalizado" quem não falar pelo menos duas línguas "MORRE DE FOME".
Lê-se na Wikipédia que “A globalização é um fenómeno capitalista e complexo que começou na época dos descobrimentos e que se desenvolveu a partir da Revolução Industrial. Mas o seu conteúdo passou despercebido por muito tempo, e hoje muitos economistas analisam a globalização como resultado do pós Segunda Guerra Mundial, ou como resultado da Revolução Tecnológica.
A sua origem pode ser traçada do período mercantilista iniciado aproximadamente no século XV e durando até o século XVIII, com a queda dos custos de transporte marítimo, e aumento da complexidade das relações políticas europeias durante o período. Este período viu grande aumento no fluxo de força de trabalho entre os países e continentes, particularmente nas novas colónias europeias.
A globalização afecta todas as áreas da sociedade, principalmente comunicação, comércio internacional e liberdade de movimentação, com diferente intensidade dependendo do nível de desenvolvimento e integração das nações ao redor do planeta”
Algumas das causas da globalização são a, cada vez maior, velocidade de informação; a cada vez maior velocidade dos transportes e portanto o encurtamento das distâncias. Estes factores têm grande influência na deslocação das pessoas, nas migrações. Os trabalhadores migram na procura de melhor trabalho, ou mesmo de qualquer trabalho e os empregadores na procura de mão-de-obra mais barata. Em Portugal assistimos, neste momento à chamada deslocalização de empresas que vieram para cá quando a nossa mão de obra era “competitiva” e agora que encontram noutros países mão de obra ainda mais “competitiva”, quer isto dizer salários e garantias sociais, ainda, inferiores aos nossos, fecham as portas deixando milhares de trabalhadores portugueses no desemprego.
Um dos benefícios da grande velocidade na circulação da informação, é o chegar das novas tecnologias, das novas técnicas da medicina mais longe e a mais pessoas, chamamos a isto “democratização” dos meios e dos recursos, eles chegam mais longe e a mais pessoas. Ou deveriam chegar.
Diz Carlos Fontes (Professor do Ensino Secundário. Foi dirigente no Instituto de Emprego e Formação profissional (IEFP) e no Ministério da Cultura. Dirigiu e editou diversas publicações): “A principal consequência da globalização não foi a difusão dos mesmos produtos em todo o mundo, mas a brutalidade dos confrontos que emergem da circulação da informação.” E ainda: “Os ricos esperavam maior prosperidade e tem-na tido. Aos pobres foi-lhes prometido o paraíso, mas só depois duma fase de tormenta. O que têm tido, é apenas a miséria. A melhoria das condições de vida é cada vez mais uma miragem para a maior parte da população mundial.” E mais “A globalização acentuou de forma dramática a percepção das desigualdades entre os povos.”
A velocidade de informação, por um lado, mete-nos pelas nossas casas dentro a imagem de monges pacíficos e silenciosos a protestarem contra a ditadura e opressão a que estão sujeitos, mostra-nos em directo o assassinato de um fotógrafo. Mas, ao mesmo tempo, estas imagens estão de tal forma banalizadas que já nem reagimos, já poucos nos dizem.
O consumismo, uma das consequências da globalização, faz-nos, em nome do conforto a que teremos direito, consumirmos desenfreadamente o que é produzido com recurso à exploração de mão de obra paga miseravelmente, por pessoas que não têm acesso aos meios básicos de subsistência e muitas vezes com recurso a mão de obra infantil.
Volto a citar Carlos Fontes: “A globalização acentuou de forma dramática a percepção das desigualdades entre os povos.
A vida para dois terços da Humanidade tornou-se um sofrimento e privação quotidiana. Milhões morrem à fome, sabendo que noutra parte do mundo outros morrem por obesidade, atolados no consumismo. Olham à sua volta e constam que nada tem do que a outros sobra.”
O Planeta Terra não é propriedade de um terço da sua população, mas sim de todos. Este terço não tem direito de, em nome do seu bem-estar, exauri-la dos recursos que a todos pertencem. A Terra tende a ser, cada vez mais, uma aldeia global, será um destino inevitável? Eu desejo que sim, desde que os recursos, o trabalho e as riquezas sejam de todos e para todos. Os Açores são a nossa “pequena aldeia global” e, à nossa escala, verificamos as diferenças de desenvolvimento entre as ilhas, as desenvolvidas são-no cada vez mais, às ilhas menos desenvolvidas nem as “Ilhas de Valor” nos safam.
Que todos saibamos falar, pelo menos, duas línguas.
Abraços marienses
Árvore, 1 de Outubro de 2007
Ana Loura
Mas, hoje, seja onde for que uma comunidade católica celebre a Eucaristia, os participantes escutam uma tragédia diabólica, em forma de parábola: a perda da capacidade de parar e pensar no abismo que continuamos a aprofundar entre os seres humanos, entre estes e a natureza, entre o passado e o futuro, entre o céu e a terra (Lc 16, 19-31). Jesus assumiu, nessa parábola, a crítica da religião que consente que uns estejam à mesa e outros à porta, que uns vivam no luxo e outros na miséria. Ele tornou-se a pergunta de Deus em todos os tempos e lugares: "Que fizeste do teu irmão?" Frei Bento Domingues
ResponderEliminarA globalização da exploração está fácil,a da solidariedade muito mais longínqua,no entanto é uma inevitabilidade porque não há grades,seguranças,muros,exércitos que resistam muito mais tempo à justa cólera dos pisados!