Dias Lourenço, 93 anos, antigo director do Jornal Avante!
Bom dia!
Há diálogos que nos ficam às voltas no cérebro durante horas e por vezes dias. Hoje de manhã recebi um telefonema de um amigo com quem já não falava havia alguns meses.
“Olá, como estás? Eu estou bem. E, tu? Então, que tens feito? Já estás empregado? Ainda não, quem me dera, vou fazendo uns trabalhinhos aqui e ali quando aparecem. Mas aparecem pouco e eu não sei como irá ser quando deixar de receber os trezentos e tal euros do subsídio de desemprego, e está quase. Sabes? Ninguém dá emprego a um homem de 47 anos, quase 48. E não é por incompetência. É mais fácil empregar a malta nova que sai das faculdades, tê-los com ordenados baixos e no fim do contrato não renovar e voltar a empregar outros acabados de sair. Não sei como irá ser. Eles empurram-nos para a valeta, só me resta deitar no meio da estrada e esperar q a morte chegue. Não sei que te diga, João Paulo. Que não nos falhe, ao menos a esperança…Beijo, vai ligando.”
À noite ao contar este diálogo a duas amigas de longa data foi esta a conversa:
“- Ando com o coração apertado, também...o contrato do meu filho acaba em Abril, e a empresa está sem encomendas...já dispensou dois engenheiros nos últimos 2 meses. Nem quero pensar muito nisto...Mas nós podemos juntar-nos e partilhar, ainda assim...
Tudo está subordinado ao princípio do lucro. O lucro como único objectivo.
Tantos anos de lutas sociais...para tudo acabar num mundo gélido em q a injustiça alimenta um terrorismo e uma violência galopantes.
- É verdade....a humanidade levou séculos para conquistar o direito a um trabalho com direitos adquiridos...e tudo se perde numa geração...
- Nem sequer um vínculo que dê a mínima segurança...e depois queixam-se de que nascem poucos bebés... quem se arrisca a ter filhos com fome?
Mas serão os pobres, os famintos, quem virará a história.
- Mas realmente parece que estamos em beco sem saída, porque quem governa, quem detém o poder não está interessado em q haja saída, mesmo que se percam eles próprios e os filhos.
- Sempre assim foi: os escravos revoltaram-se...os bárbaros invadiram o império...os camponeses famintos guilhotinaram reis... os proletários revolucionaram a grande Rússia...os africanos e os muçulmanos sem emprego e sem esperança no futuro, encherão a Europa, farão cair estas pseudo-democracias...
- sim, parece-me que não estamos no fim do mundo certamente, mas no final de um ciclo civilizacional.
- Os sem terra derrubarão e mudarão a América do Sul e os USA ver-se-ão sem saída...
Não estou a falar de fim do mundo, mas de uma mudança radical de paradigma, que só não vê quem está cego”
A estes eu chamo de diálogos inquietantes e fico parada a ler e a reler e a lembrar-me que no Sábado foi perguntado a muita gente porque estavam na Marcha convocada pelo Partido Comunista Português. Acho que todas as respostas se resumem numa: porque o Partido convocou. Estivemos “cerca de 50 Mil” e não estávamos todos.
Faço notar que as minhas duas amigas que assim dialogaram não são militantes do Partido, são “apenas” duas grandes mulheres, empenhadas Católicas a quem vulgarmente se chama de praticantes, mulheres de Fé e de uma Esperança que só as pessoas de Fé têm.
Há diálogos que nos ficam às voltas no cérebro durante horas e por vezes dias. Hoje de manhã recebi um telefonema de um amigo com quem já não falava havia alguns meses.
“Olá, como estás? Eu estou bem. E, tu? Então, que tens feito? Já estás empregado? Ainda não, quem me dera, vou fazendo uns trabalhinhos aqui e ali quando aparecem. Mas aparecem pouco e eu não sei como irá ser quando deixar de receber os trezentos e tal euros do subsídio de desemprego, e está quase. Sabes? Ninguém dá emprego a um homem de 47 anos, quase 48. E não é por incompetência. É mais fácil empregar a malta nova que sai das faculdades, tê-los com ordenados baixos e no fim do contrato não renovar e voltar a empregar outros acabados de sair. Não sei como irá ser. Eles empurram-nos para a valeta, só me resta deitar no meio da estrada e esperar q a morte chegue. Não sei que te diga, João Paulo. Que não nos falhe, ao menos a esperança…Beijo, vai ligando.”
À noite ao contar este diálogo a duas amigas de longa data foi esta a conversa:
“- Ando com o coração apertado, também...o contrato do meu filho acaba em Abril, e a empresa está sem encomendas...já dispensou dois engenheiros nos últimos 2 meses. Nem quero pensar muito nisto...Mas nós podemos juntar-nos e partilhar, ainda assim...
Tudo está subordinado ao princípio do lucro. O lucro como único objectivo.
Tantos anos de lutas sociais...para tudo acabar num mundo gélido em q a injustiça alimenta um terrorismo e uma violência galopantes.
- É verdade....a humanidade levou séculos para conquistar o direito a um trabalho com direitos adquiridos...e tudo se perde numa geração...
- Nem sequer um vínculo que dê a mínima segurança...e depois queixam-se de que nascem poucos bebés... quem se arrisca a ter filhos com fome?
Mas serão os pobres, os famintos, quem virará a história.
- Mas realmente parece que estamos em beco sem saída, porque quem governa, quem detém o poder não está interessado em q haja saída, mesmo que se percam eles próprios e os filhos.
- Sempre assim foi: os escravos revoltaram-se...os bárbaros invadiram o império...os camponeses famintos guilhotinaram reis... os proletários revolucionaram a grande Rússia...os africanos e os muçulmanos sem emprego e sem esperança no futuro, encherão a Europa, farão cair estas pseudo-democracias...
- sim, parece-me que não estamos no fim do mundo certamente, mas no final de um ciclo civilizacional.
- Os sem terra derrubarão e mudarão a América do Sul e os USA ver-se-ão sem saída...
Não estou a falar de fim do mundo, mas de uma mudança radical de paradigma, que só não vê quem está cego”
A estes eu chamo de diálogos inquietantes e fico parada a ler e a reler e a lembrar-me que no Sábado foi perguntado a muita gente porque estavam na Marcha convocada pelo Partido Comunista Português. Acho que todas as respostas se resumem numa: porque o Partido convocou. Estivemos “cerca de 50 Mil” e não estávamos todos.
Faço notar que as minhas duas amigas que assim dialogaram não são militantes do Partido, são “apenas” duas grandes mulheres, empenhadas Católicas a quem vulgarmente se chama de praticantes, mulheres de Fé e de uma Esperança que só as pessoas de Fé têm.
Que nunca deixemos de ver o Sol
"Vozes ao alto!
Vozes ao alto!
Unidos como os dedos da mão
havemos de chegar ao fim da estrada
ao sol desta canção."
José Gomes Ferreira
Abraços marienses
Árvore, 3 de Março de 2008
Ana Loura
Abraços marienses
Árvore, 3 de Março de 2008
Ana Loura
Lua
ResponderEliminarEm boa hora alguém ou o acaso te levaram ao "Cantigueiro". É sempre bom ter mais amigos de visita.
Obrigado pelas palavras lá escritas...
Da próxima vez insisto em cantar pelo menos mais 3 cantigas... com as apresentações sempre dá mais um quarto de hora :)
Gosto deste blog, a começar logo pelo magnífico nome.
Irei voltando.
Abreijos.
E digo o mesmo que o Samuel, no que respeita ao Cravo de Abril.
ResponderEliminarOs teus diálogos são os diálogos típicos do nosso dia-a-dia no reino da política de direita.
Belas as fotos - de uma ternura sem margens a do Dias Lourenço.
Obrigado.
As pessoas valem independentes das ideologias e /ou religiões, desde que pensem seriamente os problemas que nos afectam como povo, escolham depois um caminho minimamente coerente de desenvolvimento, que será julgado pelo colectivo do País!
ResponderEliminarNão tenho dúvidas sobre o imenso sacrificio que um conjuto mui grande de homens e mulheres desempenharam na luta contra o fascismo!
Hoje é importante reformar e desenvolver o País, no quadro das alternativas que os eleitores escolhem em eleições,
porém
com a ideia que para distribuir, é preciso produzir em qualidade e preço, racionalizar os esquemas de trabalho, capitalização e produção, em ordem á competitividade e não dependencia dos impostos, que queremos e temos que diminuir!
E para isso, a batalha da educação é tremendamente importante, não chegando encenar slogans de boa musicalidade, mas sem conteúdo realista
Penso que todos devemos pensar em termos de país e no tempo, mais que em partidos, regiões ou religiões, que nos dividam
admiro o nosso povo povo, nem sempre digo o mesmo dos respectivos dirigentes!!!
abraço amigo
aires
Aqui estou Lua dos Açores!
ResponderEliminarUma vez disse-te que esta coisa dos blogues era uma espécie de feira das vaidades!
Talvez!
Mas olha agora chegou a minha vez, ainda não sei bem se para desfilar as minhas "vaidades" se por imperativo miltante.
Seja como for podes visitar "MOMENTOS" e deixar comentários. Já adicionei a Lua aos Momentos
Beijinhos