Santa Maria não vale um caracol, Santa Maria vale 70 espécies diferentes de caracóis, cerca de 20 a 25 espécies endémicas e uma mão bem cheia de espécies únicas no mundo! Diz o Professor Frias Martins que isto se deve à avançada idade geológica da nossa pequena ilha. Pequena mas recheadinha de coisas lindas que só quem olha com olhos de ver consegue de facto ver e para isso muitas vezes é preciso aproximar os olhos do chão que nós e as nossas vacas pisamos.
Frias Martins, cientista da Universidade dos Açores, e David James Harris, este, investigador chefe de um projecto próprio o Integrated Biology and evolution, para além de integrar o Centro de Investigação de Biodiversidade e Recursos genéticos da Universidade do Porto situado no pólo de Vairão, Vila do Conde (as minhas duas terras ligadas pela ciência, pela Biologia, pela investigação e eu impante de orgulho), desenvolvem, neste momento projectos de recolha de especímenes para a investigação na área dos ADN para identificação e catalogação das espécies raras existentes apenas na nossa ilha em paralelo com um outro projecto na área da evolução biológica, este projecto mais recente. A Universidade dos Açores mantém há anos parceria de investigação com Centro de investigação e biodiversidade e recursos genéticos da Universidade do Porto, parceria essa, que foi nos anos 90 oficializada. Diz Frias Martins que Santa Maria “tem um potencial científico que a torna especial” precisamente pela sua idade e preservação (pelo menos por enquanto no que se refere à preservação, acrescento eu).
Foi uma manhã inesquecível que passei com estes dois cientistas, em que os vi de bruços rostos a centímetros da terra, a esgravatar cuidadosamente à cata de caracoizinhos minúsculos. Emocionei-me quando me colocaram na mão um exemplar de uma espécie de caracol existente apenas em Santa Maria, única no mundo!!!quando brinquei com uma “meia lesma” que desfilou sobre uma folha de conteira enquanto a fotografei, quando vi três ovinhos numa cavidade de uma pedrinha de basalto. Senti-me pequenina naquele mundo minúsculo.
Obrigada Professor Frias Martins, obrigada Doutor Harris pela vossa paciência em se deixarem acompanhar por mim e obrigada pelas respostas à minha curiosidade. Valeu a pena acordar cedo
Santa Maria não vale um caracol, um corninho de um caracol, isso sim, para a RTP AÇORES, a televisão pública Açoriana, que não achou importante que fosse feita reportagem, notícia, sobre este importante trabalho. Bem dizia o outro: “Um suspiro no Faial e o arquipélago todo tem que gramar a notícia…”
Santa Maria 14 de Dezembro de 2008
Ainda bem que faz referência a esta investigação. Agora não deixe que venham alguns ambientalistas dizerem que é preciso irradicar os Jacintos/Conteiras já que são eles que proporcionam parte do habitat para estas raridades.
ResponderEliminarLR
LR, Não imagino quem seja, sou péssima para siglas e iniciais. Vai uma distância como da terra à lua do controlar ao irradicar. Penso que a conteira tem que ser urgentemente controlada. Ela está a avançar a passos largos no habitat de plantas endémicas. Que alguns caracóis já a escolheram para se alojarem eu vi, a natureza vai-se adaptando, mas...Não sou especialista, mas vi o Professos Frias Martins a arrancar conteiras para dar espaço a uma uva da cerra...porque seria?
ResponderEliminarObrigada pela sua visita. No fundo são os comentários que fazem os blogs. Abraço mariense
Claro que vale. E...muito mais, se bem que muitos caracois compõe a coisa...
ResponderEliminarPor obséquio,
Faça um presépio,
Tenha um Natal,
De amor fraternal.
Mantenha os petizes,
Cobertos de amor,
Protegidos, felizes,
Sem eleição de cor.
Nesse seu presépio,
Deite o seu menino
No aurículo ou ventrículo
Do seu coração.
Um Natal a sério,
Também é um hino,
Ou um bom estímulo,
À fraternal comunhão.
Votos de que neste Natal o egocentrismo entre em crise e que haja uma pandemia de saúde.
Ao ler este teu trabalho fez-me lembrar um Grande Homem que viveu em Santa Maria mas que ao longo dos anos de Grandes trabalhos a Mesma Santa Maria pouco disse a seu respeito , refiro-me ao amigo que sempre trabalhou sem outro objectivo que não fosse a nossa Ilha e os jovens que dela fazem parte, o sr. Dalberto Pombo.
ResponderEliminarL.A.