23 de julho de 2017

Nem sempre somos o que queremos


Quando frequentei o Liceu Nacional da Póvoa de Varzim nos idos anos 60 do Século XX e chegou o momento de decidir o rumo dos meus estudos e consequentemente o meu futuro decidi pela alínea H que me daria acesso ao curso de Arquitectura pois a Arquitectura paisagista florescia. Era isso que eu queria para mim. Acontece que As belas Artes no Porto fechou as portas para reestruturação e obras no ano em que findei o meu sétimo ano e como a família não poderia suportar a minha ida para Coimbra foi preciso reequacionar o meu futuro. Confesso que nunca me tinha passado pela cabeça enveredar pelas electrotecnias, mas nesse tempo os jovens não ficavam em casa um ano à espera que faculdades reabrissem e havia que decidir rapidamente e assim foi A minha família decidiu que era uma solução eu entrar no ISEP em electrotecnia e assim foi. Nesse tempo os jovens acatavam as decisões dos pais. Era assim. Em Outubro de 1073 (sim em Outubro de Mil Novecentos e Setenta e três ainda decorria a Guerra Colonial) entrei para o Bacharelato em Electrotecnia e máquinas que com o 25 de Abril foi dividido e fiquei em Electrotecnia. Lá fiz o curso sem grande convicção. Não era de forma nenhuma uma opção mas um tem que ser, que remédio. Até hoje a minha vida fez-se à volta deste tem que ser. Tenho um emprego muito bem pago. Mas o meu coração sempre bateu mais forte quando vejo vidas como a de Gonçalo Ribeiro Teles. Como dirá o meu Pai: "haja saúde e coza o forno". 

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