"Mulheres de Atenas", título de canção de Chico Buarque que será título de programa de rádio sonhado há 25 anos, um dia...
23 de novembro de 2005
"É preciso ter lata"
CRÓNICA LIDA AOS MICROFONES DA ESTAÇÃO CLUBE ASAS DO ATLÂNTICO NO DIA 21 DE NOVEMBRO DE 2005
Bom dia
No Dicionário Enciclopédico de Língua Portuguesa das Selecções do Reader’s Digest encontramos os diversos significados para a palavra:
Lata- Folha de fero delgada, laminada e às vezes estanhada, utilizada na produção de objectos para usos industrial e domésticos; folha-de-flandres. Caixa de folha de ferro estanhado em que se conserva o azeite e outros produtos alimentares. Litro. Quartilho de vinho. Caibro tosco para assentamento de vigas. Trave transversal do navio. Pequena latada. Coisa que não presta, feita de material ruim, de pouco valor. Gíria A cara. Descaro, desplante, prosápia. Automóvel de qualidade inferior, em mau estado.
E eu digo, é preciso mesmo ter muita lata, eu diria mais, um grande latão. Estou absolutamente indignada, furiosa, revoltada. Gostaria de saber porque haverá alguém que me queira tão mal para dificultar desta forma a minha vida.
É público o meu amor a tudo o que é ser vivo e a minha defesa intransigente dos direitos de qualquer animal. Tenho na minha casa um aquário com peixes, uma caturra, gatos e cães. Faço os possíveis por lhes dar boas condições de vida, por lhes dar cuidados veterinários quando necessário. Muitos, direi até, a grande maioria dos meus animais foram adoptados. Uns voluntariamente, mais ou menos pois poderia sempre fazer vista grossa, pois estavam abandonados em bermas de caminhos e em risco de serem atropelados, foram trazidos para casa por mim ou meus filhos.
Mas muitos dos animais que tenho foram abusivamente deixados à minha porta por pessoas sem escrúpulos que resolvem o seu problema criando, com a maior desfaçatez, um a mim.
A minha vizinhança está farta dos meus animais e não se importa se o cão que ladra de noite foi abandonado à minha porta e eu com pena o acolhi, pois não existe canil municipal que o acolha e o futuro dele ser curto e triste, sujeito para além da fome a ser atropelado e maltratado. A vizinhança não se importa se o gato que faz as suas necessidades nos seus jardins ou nas soleiras das portas é dos abandonados que recolhi ou me largaram à porta. Quando aparecendo riscos nos carros foram os gatos da Ana Loura.
Acontece que o deixarem animais à minha porta se está a tornar o Pão-nosso de cada dia. Na semana passada foram duas gatinhas…Uma seguiu caminho e a outra, imaginem onde está…Ofereço-a a quem adivinhar…
Na Quarta-feira passada fui a um jantar de colegas e quando volto a casa, imagine-se: tinha um caixote de cartão com uma cadela e três, não um, nem dois mas sim três cachorrinhos. A Mãe, uma cadela já entrada na idade e com uma das patas traseiras partida, é branca com malhas acastanhadas. E agora digam-me: pego no presente e vou pôr à porta de outro? À porta da Câmara Municipal que deveria ter um canil e não tem? Por favor ajudem-me a encontrar solução para este problema que alguém para deixar de o ter e por ter uma enorme lata me fez passar a ter.
É engraçado que ninguém me vem trazer peixe para eu comer, ninguém se vem oferecer para, de graça, me limpar o jardim ou pintar a casa, vêm é, isso sim, trazer-me inquietações e despesa…
Conclusão: preciso urgentemente de dar 3 lindos cachorrinhos de raça eventualmente pequena se saírem à mãe, e são-no mesmo, a quem prometer tratá-los bem senão os meus vizinhos fazem um abaixo-assinado para que eu seja expulsa do bairro…e eu não estou a brincar. Vão de porta em porta e perguntem.
Mas é preciso ter lata, uma grande lata para, a coberto do escuro, me deixarem à porta estes presentes.
Abraços marienses
Santa Maria, 21 de Novembro de 2005
Ana Loura
18 de novembro de 2005
COMUNIDADE
O Adriano a agradecer a presença de todos, a colaboração e apresentando os músicos e os cantantes
Crónica do dia 14 de Novembro- 2ª parte
Comunidade- qualidade do que é comum.
Comum- relativo ao que pertence a todos ou a muitos.
Realizou-se na Sexta-feira passada um jantar de S. Martinho para convívio e angariação de fundos para ajuda da construção do Centro Paroquial de Vila do Porto que, quanto julgo saber, irá servir todas as Paróquias da ilha, Será comum a todos nós comunidade Católica da Ilha.
É interessante como se consegue congregar à volta de um projecto comunitário pessoas tão diversas. Mas essa é a arte que o Adriano, o nosso Pároco, tão bem domina, com o seu encanto, simpatia e amor que põe em tudo o que faz, no arregaçar das mangas encabeçando, sempre, as equipas das pessoas que amorosamente oferecem o seu trabalho voluntário. Foi o caso deste jantar de que vos falo que quanto a mim correu na perfeição. Fartura de comida de confecção excelente, do bom vinho e das muitas e variadas sobremesas oferecidas para deleite dos paladares mais gulosos como o meu…tirei a barriguinha de misérias de coisas boas, lá se foi a dieta de meses para as urtigas, mas que me consolei, consolei sim senhores.
E consolei-me não só com as comidas, mas também com o convívio, com as cantigas dos excelentes repentistas e guitarristas que animaram o serão.
Eu pensei muito neste jantar e na Liturgia da Palavra deste Domingo…assentavam-se que nem luvas e mãos: os talentos que temos e fazemos render em prol da Comunidade que somos, uns catequistas, outros cantores, outros ministros da Comunhão, os que passam a toalha do altar e varrem a igreja e ainda os que cozinham, lavam louça e preparam as salas onde se realizam estas coisas. A comunidade faz-se de participação, dos talentos que somos chamados a desenvolver nela. Só participando naquilo para que somos chamados cumprimos a nossa vocação comunitária.
Eu dou o pouco que tenho e agradeço a quem me deu a oportunidade de o fazer, embora muitas vezes me questione se sou eficaz no que faço e na forma como o faço duvidando seriamente que valha de alguma coisa a alguém estes meus parcos talentos. Mas quem dá o que tem…a mais não é obrigado, ou talvez não…deve procurar melhorar ou mudar de caminho, procurar outro talento para desenvolver em prol da Comunidade. Quem sabe um dia eu encontre o meu verdadeiro talento. Você já procurou/desenvolveu/fez render o seu talento?
Um amigo, Irmão Silncio-Monje Trapista, disse-me um dia: "O Pai jamais diz NÃO mas um ESPERA mesmo que os teus pecados sejam uma floresta que rompe os caminhos da tua alma com as suas raizes do mal. Espera no Senhor e sê misericordioso O dia virá, do ENCONTRO, e as suas palavras jamais serão o que fizestes? Mas sim onde deixaste semeado o Amor que te ofereci naquele dia em que ambos nos encontramos?"
Abraços marienses
Ana Loura
Vila do Porto, 14 de Novembro de 2005
Comum- relativo ao que pertence a todos ou a muitos.
Realizou-se na Sexta-feira passada um jantar de S. Martinho para convívio e angariação de fundos para ajuda da construção do Centro Paroquial de Vila do Porto que, quanto julgo saber, irá servir todas as Paróquias da ilha, Será comum a todos nós comunidade Católica da Ilha.
É interessante como se consegue congregar à volta de um projecto comunitário pessoas tão diversas. Mas essa é a arte que o Adriano, o nosso Pároco, tão bem domina, com o seu encanto, simpatia e amor que põe em tudo o que faz, no arregaçar das mangas encabeçando, sempre, as equipas das pessoas que amorosamente oferecem o seu trabalho voluntário. Foi o caso deste jantar de que vos falo que quanto a mim correu na perfeição. Fartura de comida de confecção excelente, do bom vinho e das muitas e variadas sobremesas oferecidas para deleite dos paladares mais gulosos como o meu…tirei a barriguinha de misérias de coisas boas, lá se foi a dieta de meses para as urtigas, mas que me consolei, consolei sim senhores.
E consolei-me não só com as comidas, mas também com o convívio, com as cantigas dos excelentes repentistas e guitarristas que animaram o serão.
Eu pensei muito neste jantar e na Liturgia da Palavra deste Domingo…assentavam-se que nem luvas e mãos: os talentos que temos e fazemos render em prol da Comunidade que somos, uns catequistas, outros cantores, outros ministros da Comunhão, os que passam a toalha do altar e varrem a igreja e ainda os que cozinham, lavam louça e preparam as salas onde se realizam estas coisas. A comunidade faz-se de participação, dos talentos que somos chamados a desenvolver nela. Só participando naquilo para que somos chamados cumprimos a nossa vocação comunitária.
Eu dou o pouco que tenho e agradeço a quem me deu a oportunidade de o fazer, embora muitas vezes me questione se sou eficaz no que faço e na forma como o faço duvidando seriamente que valha de alguma coisa a alguém estes meus parcos talentos. Mas quem dá o que tem…a mais não é obrigado, ou talvez não…deve procurar melhorar ou mudar de caminho, procurar outro talento para desenvolver em prol da Comunidade. Quem sabe um dia eu encontre o meu verdadeiro talento. Você já procurou/desenvolveu/fez render o seu talento?
Um amigo, Irmão Silncio-Monje Trapista, disse-me um dia: "O Pai jamais diz NÃO mas um ESPERA mesmo que os teus pecados sejam uma floresta que rompe os caminhos da tua alma com as suas raizes do mal. Espera no Senhor e sê misericordioso O dia virá, do ENCONTRO, e as suas palavras jamais serão o que fizestes? Mas sim onde deixaste semeado o Amor que te ofereci naquele dia em que ambos nos encontramos?"
Abraços marienses
Ana Loura
Vila do Porto, 14 de Novembro de 2005
A montanha pariu um ninheiro
Crónica lida aos microfones do Club Asas do Atlântico no dia 14 de Novembro de 2005
1ª parte
Bom dia
A montanha não pariu, ao contrário do costume, um rato mas um imenso ninheiro deles.
César, apesar dos pressupostos laços políticos que ligam os Governos Regional e o da República, não tem facilidade de diálogo com Sócrates. Isso foi evidente no provável equívoco gerado à volta da questão dos dinheiros a que temos direito e a República teima em esquecer de nos dar e o que é mais grave teima em tardar reconhecer que tem por obrigação dá-lo, isto é, que o deve.
Mas triste, triste foi a cena gaga feita pelo PS Açores que, na pessoa do seu presidente, afirma que os deputados eleitos pelos Açorianos e que têm assento na Assembleia da República votarão contra o orçamento Geral do Estado num acto de protesto à não assunção por parte da República da dívida que, de facto, existe. Só faltou ressuscitarem Brianda Pereira, a FLA e gritarem às armas, independência já! Depois afinal já havia entendimento e o dinheiro vinha já quase a caminho e votamos sim ao bendito do orçamento, mas afinal é boato, não da reacção mas da situação, não houve entendimento mas sim reuniões para o estudo do assunto e fica o povo a não entender em que fica o assunto e a ver os nossos deputados a votarem sim ao documento que regerá a nossa débil economia nos próximos anos. Mas afinal, Sócrates sabe que há dívida, aceita a sua existência? Em que ficamos? Onde está Brianda Bereira? Ou será que andam todos a ver só moinhos de vento onde há, de facto, o monstro da prepotência centralista de Sócrates? É, no mínimo, estranho este estar de costas voltadas de Sócrates/César. A ver vamos…Mas o certo é que mais valia que tivessem estado calados pois a credibilidade ganha-se com actos e perde-se muitas vezes, com uma frase dita e espalhada aos 4 ventos e cujo conteúdo é contradito pelas atitudes. Parece birra de crianças.
A montanha não pariu, ao contrário do costume, um rato mas um imenso ninheiro deles.
César, apesar dos pressupostos laços políticos que ligam os Governos Regional e o da República, não tem facilidade de diálogo com Sócrates. Isso foi evidente no provável equívoco gerado à volta da questão dos dinheiros a que temos direito e a República teima em esquecer de nos dar e o que é mais grave teima em tardar reconhecer que tem por obrigação dá-lo, isto é, que o deve.
Mas triste, triste foi a cena gaga feita pelo PS Açores que, na pessoa do seu presidente, afirma que os deputados eleitos pelos Açorianos e que têm assento na Assembleia da República votarão contra o orçamento Geral do Estado num acto de protesto à não assunção por parte da República da dívida que, de facto, existe. Só faltou ressuscitarem Brianda Pereira, a FLA e gritarem às armas, independência já! Depois afinal já havia entendimento e o dinheiro vinha já quase a caminho e votamos sim ao bendito do orçamento, mas afinal é boato, não da reacção mas da situação, não houve entendimento mas sim reuniões para o estudo do assunto e fica o povo a não entender em que fica o assunto e a ver os nossos deputados a votarem sim ao documento que regerá a nossa débil economia nos próximos anos. Mas afinal, Sócrates sabe que há dívida, aceita a sua existência? Em que ficamos? Onde está Brianda Bereira? Ou será que andam todos a ver só moinhos de vento onde há, de facto, o monstro da prepotência centralista de Sócrates? É, no mínimo, estranho este estar de costas voltadas de Sócrates/César. A ver vamos…Mas o certo é que mais valia que tivessem estado calados pois a credibilidade ganha-se com actos e perde-se muitas vezes, com uma frase dita e espalhada aos 4 ventos e cujo conteúdo é contradito pelas atitudes. Parece birra de crianças.
11 de novembro de 2005
Manta de retalhos
Crónica lida aos microfones do Club Asas do Atlântico no dia 07 de Novembro de 2005
Bom dia!
Depois de ter faltado ao nosso encontro na passada Segunda-Feira por ter ido passar o fim-de-semana a ponte e o feriado a S Miguel com os meus filhos e não ter garantia de haver alguém no Asas que me gravasse a crónica cá estou com uma mão cheia de acontecimentos que quero comentar com os ouvintes do Asas que ainda têm paciência para me aturar.
Como muita gente saberá, embora eu ache que cada vez estas coisas passam mais despercebidas, o nosso Governo Regional veio, mais uma vez, em visita de desobriga e desta vez mais do que nunca, pois embora estivesse fartinho de saber que o elenco camarário estava nos últimos dias de posse veio reunir e trocar informações com quem já não ira ter protagonismo caramário. Mesmo assim veio cumprir a formalidade de prometer o que havia prometido desde há pelo menos 4 anos: a marina que toda a gente reconhece de absoluta necessidade para o desenvolvimento turístico de Santa Maria mas que quanto a mim irá servir, essencialmente, os marienses que têm barco de recreio e que durante estes anos tentaram demonstrar que o Marina será uma mais valia para todos os marienses. Não digo que não o seja de todo, mas eu continuo a pensar que haverá outras prioridades. Mas venha a marina e venham os turistas que depois a gente limpa Valverde, cria os caminhos pedonais e os roteiros de turismo ecológico e rural. Concordo que temos de começar por algum lado. Que seja, então pela marina.
Outra coisa que o Governo nos deu nesta sua vinda foi a Ecoteca, um projecto que eu apoio, embora não conheça muito bem quais as funcionalidades e potencialidades que abrangerá, mas se é a bem da ecologia e da preservação do bom ambiente da nossa ilha eu voto de olhos tapados. Prometo é estar atenta.
Mas mais, ainda, nos foi dado: a instalação em Santa Maria da empresa de apoio às ilhas chamadas de Coesão. Fica instalada cá e tem como responsável uma mariense. Mas dizem as más-línguas que César quando instado acerca dos resultados que sairão dessa empreitada terá afirmado que a criação da empresa será só para constar, de fachada…será? Será como o foi a Zona Franca oferecida a Santa Maria pelo PSD, onde se investiu muito dinheiro, empregou técnicos superiores, compraram-se vários estudos e que nunca teve resultados práticos para além das viagens que esses técnicos fizeram? Esperemos que a responsável nomeada tenha estatura para se impor a qualquer tentativa de a fazer figura decorativa das instâncias governativas da região e que este cargo não seja tido como a “paga” de ter aguentado o lugar de deputado Regional ao nosso ex presidente da Câmara. Desejo-lhe empenho e os maiores sucessos que serão, também, nossos e de todas as outras ilhas que sempre foram votadas ao esquecimento. Espero que essas “bocas”das supostas más línguas não passem de isso, pois assim sendo e juntando esta aquela de César ter dito (dizem também as más línguas) que investir em Santa Maria nem é necessário pois os marienses votam PS quer invistam quer não, faz César ficar muito mal visto pelos marienses pois a fidelidade do voto pode não ser sempre favas contadas. Um dia o pôvo acorda e abre os olhos.
Foi inaugurado o Matadouro Municipal!!! Falta, agora entrar em funcionamento. Eu acho esta inauguração extemporânea, cedo demais. Não seria muito mais lógico esperar que o matadouro estivesse pronto a entrar em funcionamento, com as máquinas, o pessoal lá instalado, a estrada reparada prontinho a funcionar para o inaugurarem? Mas, está bem…tudo à pressa quando os senhores do Governo cá vêm.
Como todos nós sabemos a campanha eleitoral terminou na Sexta-Feira anterior ao dia das eleições pelo que poderemos tomar à letra o discurso de tomada de posse da Presidente da Câmara recém eleita, Dr. Nélia Figueiredo, no dia em que tomou posse todo o novo elenco camarário. A Nova Presidente reiterou todas as promessas que fez no seu programa de campanha. Resta-nos dar-lhe o nosso voto de confiança e esperarmos por obra feita pois precisamos e merecemos e cá estaremos sempre que, solicitados, para colaborarmos com a nossa Câmara naquilo que a DRa Nélia entenda. Estaremos, também, atentos.
Fomos visitados pelo Senhor Presidente da República, ontem, Domingo. Esta visita insere-se num programa de divulgação turística que o Senhor Presidente decidiu fazer quase no final do seu mandato de zonas turísticas periféricos. Uma visita relâmpago que, se bem aproveitada e bem divulgada, poderá trazer dividendos no conhecimento de Santa Maria como destino no panorama turístico nacional, talvez com mais resultados do que a paupérrima participação de Santa Maria na bolsa de Turismo de Lisboa.
Esta crónica ficou assim uma manta de retalhos, mas não queria deixar de referir qualquer dos assuntos, hoje, pois perderiam a actualidade se tratados em data futura.
Abraços marienses
Santa Maria, 7 de Novembro de 2005
Ana Loura
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