Bom dia!
“O meu Menino mija”. Esta frase é mágica. Dita e ouvida apenas nesta época do ano, corresponde, em termos de tradição, ao “belamente” quaresmal, aos dias das amigas, amigos, comadres e compadres que antecedem o carnaval e diz-nos, no nosso íntimo, que só podemos estar numa ilha Açoriana, em casa, quando a ouvimos e significa, tão simplesmente, que estamos a convidar alguém para que venha a nossa casa beber um “calzinho” de licor de leite, abafadinho ou licor de tangerina a acompanharem uns biscoitos de orelha, de aguardente ou uma fatia generosa de bolo de Natal. Quando cheguei aos Açores depois de ter ido passar o Natal de 1980 a casa, nessa altura casa queria dizer a casa de meus Pais, fiquei intrigada com a frase que para mim era no mínimo estranha e pensava: “esta gente diz que lá no norte somos uns desbocados e andam para aí a falar em mijas “a torto e a direito”. Mas é estranho, que quererão eles dizer com isto?” Até que colegas da escola me perguntaram se eu não queria ir com eles a casa de um colega a uma mijinha e eu mostrei uma cara de quem não estava a entender nada do que estava a ser dito, de quem acabava de aterrar no meio de um país de língua desconhecida e então fizeram a fineza de me explicar que a malta andava em bando a visitar amigos seus e amigos de amigos seus a beberricar os tais licores em honra do Deus Menino. Desconheço se em mais algum sítio do país há esta tradição, mas pelo que sei ela é comum a algumas ou quase todas as ilhas açorianas.
Tendo vindo passar o Natal a casa, agora esta de cá, para estar em família e recuperar de algum do stress da vida do lado de lá, foram-me dados alguns presentes antecipados, ou se calhar tardios dependendo se pensar neles como presentes de aniversário. Presentes com uma pontinha de veneno, ou, pelo menos de vinagre: a estrada do meio está pior que nunca, a de cima como nunca esteve e nós moradores por estas bandas que como os outros pagamos impostos e temos de dar cabo dos carros ou de gastarmos mais uns litros de gasolina e tempo. Alguém anda a fazer pouco da gente e eu juro que gostaria de ter a certeza de quem é/são o/os artistas com tão pouco sentido de humor que se riem na cara dos tansos que como eu comem e calam esta situação. Somos, de facto, de brandos costumes, falamos pela calada, não protestamos, não cortamos estradas nem acessos nem fazemos buzinões e lá vamos dar a volta ao cavalo pela estrada de baixo e damos mais uns trocos a ganhar às gasolineiras.
Outro dos presentes foi no dia em que cheguei me ter dado uma fome da comida do Central arrematada com um brownie ou uma tarte de maçã e ter batido com o nariz na porta, devia ser proibido ao Sr. Zé ir passar o Natal aos Estados Unidos, havia de haver uma postura Municipal a impedi-lo de sair de cá nas épocas em que a malta vem a casa… Claro que estou a brincar, mas o certo é que senti a falta.
“O meu Menino mija”. Esta frase é mágica. Dita e ouvida apenas nesta época do ano, corresponde, em termos de tradição, ao “belamente” quaresmal, aos dias das amigas, amigos, comadres e compadres que antecedem o carnaval e diz-nos, no nosso íntimo, que só podemos estar numa ilha Açoriana, em casa, quando a ouvimos e significa, tão simplesmente, que estamos a convidar alguém para que venha a nossa casa beber um “calzinho” de licor de leite, abafadinho ou licor de tangerina a acompanharem uns biscoitos de orelha, de aguardente ou uma fatia generosa de bolo de Natal. Quando cheguei aos Açores depois de ter ido passar o Natal de 1980 a casa, nessa altura casa queria dizer a casa de meus Pais, fiquei intrigada com a frase que para mim era no mínimo estranha e pensava: “esta gente diz que lá no norte somos uns desbocados e andam para aí a falar em mijas “a torto e a direito”. Mas é estranho, que quererão eles dizer com isto?” Até que colegas da escola me perguntaram se eu não queria ir com eles a casa de um colega a uma mijinha e eu mostrei uma cara de quem não estava a entender nada do que estava a ser dito, de quem acabava de aterrar no meio de um país de língua desconhecida e então fizeram a fineza de me explicar que a malta andava em bando a visitar amigos seus e amigos de amigos seus a beberricar os tais licores em honra do Deus Menino. Desconheço se em mais algum sítio do país há esta tradição, mas pelo que sei ela é comum a algumas ou quase todas as ilhas açorianas.
Tendo vindo passar o Natal a casa, agora esta de cá, para estar em família e recuperar de algum do stress da vida do lado de lá, foram-me dados alguns presentes antecipados, ou se calhar tardios dependendo se pensar neles como presentes de aniversário. Presentes com uma pontinha de veneno, ou, pelo menos de vinagre: a estrada do meio está pior que nunca, a de cima como nunca esteve e nós moradores por estas bandas que como os outros pagamos impostos e temos de dar cabo dos carros ou de gastarmos mais uns litros de gasolina e tempo. Alguém anda a fazer pouco da gente e eu juro que gostaria de ter a certeza de quem é/são o/os artistas com tão pouco sentido de humor que se riem na cara dos tansos que como eu comem e calam esta situação. Somos, de facto, de brandos costumes, falamos pela calada, não protestamos, não cortamos estradas nem acessos nem fazemos buzinões e lá vamos dar a volta ao cavalo pela estrada de baixo e damos mais uns trocos a ganhar às gasolineiras.
Outro dos presentes foi no dia em que cheguei me ter dado uma fome da comida do Central arrematada com um brownie ou uma tarte de maçã e ter batido com o nariz na porta, devia ser proibido ao Sr. Zé ir passar o Natal aos Estados Unidos, havia de haver uma postura Municipal a impedi-lo de sair de cá nas épocas em que a malta vem a casa… Claro que estou a brincar, mas o certo é que senti a falta.
Mas não pensem que só recebi presentes menos bons ou mesmo maus, claro que recebi alguns presentes quentes de carinho, amizade e alegria natalícia: um presépio lindo na nossa Matriz, os ensaios do nosso grupo Coral, o participar das Missas da festa, nos abraços trocados, nas mijinhas convidadas, no aniversário do meu Compadre Max, no rever do nosso Tobias, no grupo de Santo Espírito que à saída da Missa de ontem nos brindou com canções de Natal bem no reviver das nossas tradições (excepto a presença do Pai Natal que quanto a mim era dispensável).
Uma surpresa fora de todo este contexto mas que me deu um imenso prazer, eu q sou caseira, detesto o fumo que se consome e me consome aquando serões do género, foi a Rockfeast promovida pela Direcção do Clube Asas do Atlântico no seu salão de festas no passado dia 28 e em que foi comemorado a preceito os 20 anos do grupo de Rock Stormwind que marcaram a vida cultural/musical de Santa Maria e brilharam nas Tempestades de Janeiro, festival que deixou marcas na história do que de bom cá se faz. Mais velhinhos, mais carecas, mas ainda em forma e com muito fôlego, brindaram-nos com os seus originais e tiveram uma plateia dos poucos anos de idade até a avós de cabelos brancos a vibrar e a aplaudir entusiasticamente. Seguiram-se os Rockclassicz que interpretaram canções que fizeram as delícias dos quarentões mas que a maioria dos jovens também apreciou e aplaudiu. Parabéns ao Asas pela excelente realização.
Hoje é véspera de Ano Novo, eu não acredito muito que um ano que quase nasce seja sinal de obrigatória mudança, mas que, pelo menos, nos dê a hipótese de pensarmos que há esperança de que a vida não piore e que possa e vá melhorar. Pelo menos já há data para a inauguração do Polidesportivo. Estou curiosa quanto ao nome que lhe irão dar. Eu, não desmerecendo qualquer dos homens e mulheres que se destacaram no desporto mariense e contribuíram para o seu desenvolvimento, continuo a pensar que o nome do conhecido e prestigiado internacionalmente e tão mariense como muitos que cá não nasceram, a começar por mim, Jorge Vicente seria o nome certo.
Votos de que o novo ano seja para todos nós um ano de progresso, de realizações que desenvolvam Santa Maria e portanto nos dêem qualidade de vida que faça cada vez mais valer a pena viver cá.
Votos de que o novo ano seja para todos nós um ano de progresso, de realizações que desenvolvam Santa Maria e portanto nos dêem qualidade de vida que faça cada vez mais valer a pena viver cá.
Abraços marienses
Santa Maria, 31 de Dezembro de 2007
Ana Loura