Nota: Pelo que soube esta Romaria teve o seu início e o seu fim debaixo de chuva
Peço a jóvem da foto que me contacte por e-mail para combinarmos a entrega de dvd com as fotos todas. anamloura@hotmail.com
Estamos na Quaresma e nesta altura nas estradas de São Miguel podem ser vistos grupos de homens rezando e cantando orações, vestidos de forma peculiar, roupa grossa, calaçado cómodo mas forte, saca de pano à bandoleira onde levam uma muda de roupa e alguma comida para o dia, xaile grosso pelas costas, lenço colorido pela cabeça e bordão na mão como símbolos respectivamente do manto de púrpura, da coroa de espinhos e do ceptro com que os algozes troçaram de Cristo. Cumprindo uma tradição que remonta à idade média aquando a Ilha de São Miguel e particularmente Vila Franca foram sacudidas por fortes abalos sísmicos que em Vila Franca deixaram pouca pedra sobre pedra. Em épocas de provação é à Fé que o homem recorre para ir buscar forças para recomeçar e mais uma vez foi na Fé e com Fé que o homem micaelense arrepiou caminho e recomeçou vida nova quer voltando a colocar as pedras sobre as pedras ou partindo rumo à que seria poucos anos depois a segunda capital da Ilha: Ponta Delgada.
Invocando Maria, a Mãe do Filho de Deus, durante uma das semanas da Quaresma são vários os grupos que cumprem promessas ou "apenas" oram por si, pelos que às suas orações recorrem e pelo mundo inteiro, entram em todas as igrejas por onde passam e são lá recebidos pelo pároco que os acolhe com uma pequena reflexão e onde rezam. No fim de cada dia são alimentados por famílias que os acolhem. Ninguém fica indiferente à sua passagem, muitos apenas se dão conta de que a Paixão e a Ressurreição de Cristo estão próximas quando ouvem os cânticos cadenciados ao passo dos passos destes homens de Fé.
Este Rancho aqui fotografado era composto por micaelenses a viverem na Bermuda, no Canadá, nos Estados Unidos e em São Miguel. Fez parte da Romaria, também, um Padre de Nordeste.