De Miguel Torga
NATAL
Outra comprida noite
De consoada
Fria,
Vazia,
Bonita só de ser imaginada.
Que fique dela, ao menos,
Mais um poema breve
Recitado
Pela neve
A cair, ao de leve,
No telhado.
"Mulheres de Atenas", título de canção de Chico Buarque que será título de programa de rádio sonhado há 25 anos, um dia...
Carlos Costa me faz telefonista por uns meses e onde Ângelo Veloso me dá um dia um merecido raspanete porque a chamada que ele precisava ainda não tinha sido estabelecida. Vivíamos à velocidade da luz entre as aulas, a associação, a UEC e o partido.
Hoje, trinta e quatro anos passados venho ao Congresso que nunca será mais um e encontro o Agostinho e Teresa Lopes, o António Vilarigues, Margarida Tengarrinha, Carlos Costa e olho-os com saudade, sim, mas certa de que todos eles me fizeram, juntamente com alguns outros, (Irmão Silêncio, Rogério, Maria João, Victor, Natalinha…) ser muito do que sou. Eu acredito numa sociedade sem exploradores nem explorados, que a Paz é possível.
Diz uma das canções que cantamos na igreja. “Pela Graça de Deus eu sou quem sou” e eu entendo que esta Graça está em o meu caminho se ter cruzado com o caminho de todas estas pessoas e, principalmente, ter nascido na família em que nasci.
Recomendo vivamente a leitura de http://mautemponojornal.blogspot.com/2008/12/andar-nas-nuvens.html Juro que não fui eu quem escreveu...
Abraços marienses
Ando há algum tempo, diria anos mesmo, para escrever uma crónica sobre uma pessoa que conheci no meu primeiro dia nos Açores. De certa forma já lhe fiz algumas referências nalguns textos. Agora que não há crónicas, o ASAS tirou-me essa possibilidade, aqui, escondida por detrás do turbilhão internético ficará a minha homenagem a esse amigo no dia em que estranhamente a vida o fez presente e ao mesmo tempo ausente. Estou no continente, na casa de Árvore onde acumulei algumas coisas durante os dois anos em que aqui vivi, Baluartes, revistas de fotografia e revistas açorianas que comprei nas minhas idas e vindas. Como no meio disso tudo que irei conservar está algum lixo, hoje estive a fazer uma escolha. Passou-me pelas mãos a revista Açorianíssima de Agosto de 2008 que comprei apenas porque na capa tem uma foto de Alcides e no interior uma entrevista em ocasião do quinquagésimo aniversário da sua actividade na restauração. Antes de a pousar no monte das coisas a serem guardadas o meu gesto foi interrompido por um pensamento: gostava de ter esta revista autografada, vou levá-la. E a crónica? Um dia destes escrevo-a. Pousei a revista, mas senti um aperto no coração.
Como já referi algumas vezes eu vim para os Açores em meados de Outubro de 1980 e passei em S. Miguel rumo ao Faial para leccionar na Escola Manuel de Arriaga. Nessa altura ainda não havia voos directos do continente para o Faial pelo que na minha viagem iniciada no Porto, Aeroporto de Pedras Rubras, mais tarde baptizado de Sá Carneiro (enfim, decisão algo polémica), escalei o Aeroporto da Portela rumo a S. Miguel onde cheguei a um Sábado. Pernoitei na Residencial América pois a minha viagem continuaria no Domingo à tarde. Acordei um pouco tarde, pois tinha passado mal na viagem, mal de que sempre sofri e que só de alguns anos a esta parte se atenuou (aliás tinha aterrado em Lisboa já em péssimo estado), mas acordei com fome. Perguntei na recepção onde poderia almoçar e responderam-me que almoçar ao Domingo em Ponta Delgada era complicado, havia poucos restaurantes abertos (nisso Ponta Delgadaemudou pouco) mas que na rua paralela havia um, o Alcides. Iniciei nesse dia o meu “namoro” com o Alcides, o restaurante, claro. Comi um bife e um pudim de mel que me ficaram na memória. Durante a refeição um senhor alto e muito simpático andava de mesa em mesa a cumprimentar os clientes e notei que falava com alguns como se os conhecesse desde sempre.
Em 16 de Março de 1981 fiz a viagem no sentido inverso só que em vez de rumar ao Porto, rumei a Santa Maria. Voltei a dormir na Residencial América e nesse dia jantei no Alcides. O bife, o pudim de mel e muita simpatia. Em Santa Maria casei, nasceram os meus filhos e sempre que íamos a S Miguel, geralmente para consultas da especialidades, comíamos, pelo menos, uma refeição no Alcides: bife, pudim de mel e muita simpatia. Aquele senhor alto e simpático começou a parar mais tempo na nossa mesa, muitas vezes ia receber-nos à porta, beijava os meus filhos, abraçava-me e tratava-nos por tu, tornou-se um amigo. Ainda me lembro da minha Aninhas sentada num dos bancos do balcão quando o restaurante ainda tinha balcão.
O Senhor Alcides há alguns anos começou a sofrer de Diabetes, a saúde degradou-se, amputou uma perna… Mas não deixou de sonhar de fazer projectos comprou a casa ao lado de baixo do restaurante e começou a fazer obras para a sua ampliação. Dizia-me: “posso não ver concluída a obra, mas é para os meus filhos”
Quando passei em S Miguel na Sexta feira passada eu e a Aninhas fomos almoçar ao Alcides, não vimos o Senhor, estranhamos mas não perguntamos por ele como sempre fazíamos quando não o víamos na sua cadeira de rodas a almoçar com a esposa e algum dos filhos. O bife estava bom como há muito tempo não comia. Há algum tempo troquei o pudim de mel pela mousse de chocolate divinal. Saí de lá satisfeita mas sentindo que me faltava qualquer coisa.
Hoje, ao fim da tarde telefonou-me uma amiga a dar a notícia que o meu querido Amigo Senhor Alcides havia falecido. Estou triste. Estou longe, senão amanhã estaria a despedir-me dele, assim estarão apenas flores a dizerem que o meu coração está lá.
Que descanse em paz, bem merece!
Caro LA, respondo-lhe aqui e não em comentário porque considero que, de facto, a resposta que lhe irei dar é importante ser lida por quem aqui entra. Aliás faz parte das minhas respostas às questões do Baluarte à qual acrescento: nunca fomos poder portanto o nosso trabalho não pode ser comparado com os do PSD e do PS, fomos parlamentares e a esse nível podemos dar exemplos do que fizemos em prol de Santa Maria e não podemos esquecer, e só por descarado aproveitamento político o PS o faz, que a questão do NAVII foi levado em primeira mão à Assembléia da República por Lino de Carvalho e João Amaral deputados do PCP que tiveram um papel fundamental na aprovação pela AR da sua manutenção em S Maria que depois foi EXECUTADA por Guterres nomeado por isso cidadão honorário da ilha e os nossos deputados nunca foram alvo de qualquer agradecimento público dos marienses.
Quanto ao nosso trabalho na Assembleia Regional aqui ficam algumas notas:
A CDU, teve, de 2000 a 2004 assento parlamentar e durante essa legislatura deu provas de que para nós todas as ilhas têm valor, todas merecem o melhor. Disso é prova os vários requerimentos apresentados na Assembleia Legislativa Regional pelos então nossos deputados Paulo Valadão e José Decq Mota sobre questões que para nós marienses eram importante serem resolvidas: a falta de profissionais de saúde no Centro de Saúde, a construção urgente do matadouro, o não encerramento nocturno do aeroporto, a construção da gare marítima de passageiros, a desafectação dos terrenos anexos ao aeroporto, sua limpeza, construção de um parque de exposição e feiras e uma escola profissional nas instalações que eram da Zona Franca.
Os requerimentos foram resultado de inúmeras reuniões com a Direcção do Aeroporto, com a Câmara Municipal, com casas do povo, Associação Agrícola, Administração do Centro de Saúde, Santa Casa da Misericórdia, donos de explorações agrícolas em que se davam os primeiros passos no cultivo da meloa, delegações de Secretarias, delegação da Câmara do Comércio, pescadores.
É assim que nós, CDU, actuamos: consultando as organizações, trabalhando com base nas necessidades efectivas das populações e prestando contas do que fazemos. É com isso que Santa Maria pode contar, não com a promessa de mundos e fundos irrealistas, mas com trabalho honesto e em favor da maioria da sua população e do seu desenvolvimento no todo regional.A CDU, teve, de 2000 a 2004 assento parlamentar e durante essa legislatura deu provas de que para nós todas as ilhas têm valor, todas merecem o melhor. Disso é prova os vários requerimentos apresentados na Assembleia Legislativa Regional pelos então nossos deputados Paulo Valadão e José Decq Mota sobre questões que para nós marienses eram importante serem resolvidas: a falta de profissionais de saúde no Centro de Saúde, a construção urgente do matadouro, o não encerramento nocturno do aeroporto, a construção da gare marítima de passageiros, a desafectação dos terrenos anexos ao aeroporto, sua limpeza, construção de um parque de exposição e feiras e uma escola profissional nas instalações que eram da Zona Franca.
Os requerimentos foram resultado de inúmeras reuniões com a Direcção do Aeroporto, com a Câmara Municipal, com casas do povo, Associação Agrícola, Administração do Centro de Saúde, Santa Casa da Misericórdia, donos de explorações agrícolas em que se davam os primeiros passos no cultivo da meloa, delegações de Secretarias, delegação da Câmara do Comércio, pescadores.
É assim que nós, CDU, actuamos: consultando as organizações, trabalhando com base nas necessidades efectivas das populações e prestando contas do que fazemos. É com isso que Santa Maria pode contar, não com a promessa de mundos e fundos irrealistas, mas com trabalho honesto e em favor da maioria da sua população e do seu desenvolvimento no todo regional.
Agora quero que me diga em que mão está a poeira que lhe atiram aos olhos e para isso sugiro que leia na íntegra as minhas respostas ao Baluarte onde constam as promessas não cumpridas do PS.
Abraço mariense e volte sempre
Caro senhor anónimo que escreve dois comentários que estão mais abaixo, ainda não tinha publicado o seu comentário porque há alguns anos decidi não publicar comentários insultuosos seja o alvo qual for e o seu insulta pessoas que decidiram votar na CDU, pessoas tão honestas como quaisquer das outras que votam em qualquer outro partido, pessoas que acreditam que seria importante para Santa Maria eu estar no Parlamento. Para além desta razão não o publiquei pois queria fazer contas que rectificam o tal nº de pretensos "tansos "que vc insulta. No meu agregado familiar apenas votei eu e a minha filha mais velha. Como o voto é secreto, mas presumindo que ela tenha confiança nas potencialidades da Mãe como parlamentar em defesa de Santa Maria, como vê o nº de pretensos "tansos" que Vc insulta aumenta... Para além disso um dos candidatos teve que se ausentar da Ilha com a esposa e...não votaram, como vê, mais dois presumíveis "tansos" que Vc insulta...o nº aumenta... Mas pronto, vc está feliz, deitou um pouco de veneno pela boca fora...cuidado, não morda a língua...há animais que morrem com o próprio veneno. Dou-lhe o tempo suficiente para ler este bocadinho e depois quem sabe me dicido a apagar os seus venenosos e insultuosos comentários e este bocadinho de prosa minha. Volte sempre, mas sem insultos.
Coisas escritas sobre Dias de Melo e que gostei de ler:
http://www3.telus.net/eduardo-b-pinto/victordores_diasdemelo.html
http://triplov.org/boletimnch/boletimnch_2004/dias_melo.htm
http://asilhasencantadas.blogspot.com/2008/09/ainda-dias-de-melo.html
http://escritemdia.blogspot.com/
http://www.da.online.pt/news.php?id=149306&w=baleeiros
http://bichos-carpinteiros.blogspot.com/2008/09/adeus-dias-de-melo.html
Fiz um vídeo da primeira parte da conferência mas por qualquer razão não consigo inseri-lo aqui. Nessa impossibilidade deixo-vos algumas frases que achei significativas.
Sustentabilidade: garantir ás gerações vindouras as mesmas oportunidades das gerações actuais.
As ilhas são extremamente vulneráveis
As Portas do mar não vão ficar alí mais de 50 anos.
O Ordenamento faz-se com a participação das pessoas.
Os Açores devem ser autosustentáveis em termos energéticos.
Gestão integrada do ordenamento do território.
A nossa Democracia é apática sem cidadania. Cidadania é participação.