A rica tem nome fino
A pobre tem nome grosso
A rica teve um menino
A pobre pariu um moço.
A pobre tem nome grosso
A rica teve um menino
A pobre pariu um moço.
António Aleixo
O Pobre de Job
"Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Job, e era este homem integro, recto e temente a Deus."
José Manuel Cabral de Sousa, nascido em Santa Maria a 8 de Novembro de 1963. Faleceu em Santa Maria a 6 de Junho de 2006.
Tudo o que nasce morre e o José Manuel não foi excepção a esta regra universal e, até aqui, tudo bem. Resta a saudade que deixa nos que o amavam e a certeza do reencontro, em quem acredita. Mas, o José Manuel acabou por não ser uma pessoa qualquer, mas aquele cujo corpo foi esquecido dentro de um saco de plástico numa maca da morgue do Centro de Saúde de Vila do Porto e foi enterrado sem o habitual fato de " ver a Deus".
Tentei reunir elementos que me permitam falar com conhecimento de causa, como é meu hábito, mas o caso é tão nublado,e limitando-me aos factos que me foram relatados por familiar comum, é aquilo que eu costumo dizer que espremido pouco dá.
O meu primo José Manuel por ter sido encontrado morto teve que ser autopsiado para, em conformidade com a Lei, ser feito o despiste de causa criminosa da morte. Foi levado, a mando do Tribunal, para a morgue do Centro de Saúde, para aguardar a vinda do Médico Legista que procederia à autópsia no Sábado seguinte, data em que seria possível a sua deslocação de S Miguel a Santa Maria.
O corpo foi transportado dentro de um saco de plástico, penso que regulamentar, e colocado em cima de uma maca. Faltou o passo seguinte: abrir uma arca frigorífica e depositar lá dentro o corpo para que não entrasse em processo de decomposição. Ora, esse passo que faltou dar permitiu a decomposição, de tal forma que o cheiro nauseabundo impressionou quantos estavam nas imediações quando a porta foi aberta para o reconhecimento do corpo no Sábado e no dia seguinte, Domingo, para o funeral.
Um facto estranho é que afinal e no final não veio médico Legista nenhum de S Miguel e foi um dos médicos do próprio Centro de saúde quem a executou a autópsia.
O próprio médico que a executou , terá aconselhado, segundo o familiar com quem falei, a que o corpo não fosse para a capela de Santa Maria Madalena para ser velado de Sábado para Domingo, pois não estaria em condições.
Eu pergunto:
Em que condições foi essa autópsia feita?
Se foi possível, foi concludente? Pois o corpo estava há já 4 dias numa "estufa" que era o saco plástico preto.
O Tribunal tem conhecimento do que se passou?
O mau cheiro não incomodou os trabalhadores e doentes do Centro de Saúde?
Afinal quem deveria ter dado o tal passo que faltou para colocar o corpo na arca de conservação?
Quem deveria ter dado explicações e apresentado pedido de desculpas à Família, tomando a atitude lógica de quem é responsável?
As entidades envolvidas são: Bombeiros de Santa Maria, Tribunal e Centro de Saúde. Um deles tem que ser responsável e responsabilizado por negligência e arcar com a responsabilidade de, pelo menos se justificar e desculpar.
Uma pergunta final: quem responderá a todas estas perguntas?
"Nu saí do ventre de minha Mãe e nu tornarei para lá; O Senhor o deu, o Senhor o tomou, bendito seja o nome do Senhor"
De Banda para banda
Já não é a primeira vez que lamento o facto de numa terra tão pequena como a nossa andarmos, muitas vezes, de costas voltadas.
Vem esta nota a propósito de me ter vindo ao conhecimento por pessoa do Grupo Almagre que depois de terem efectuado contacto com o Presidente da Banda 15 de Agosto no sentido da cedência de salão de festas para a realização de um baile para angariação de verbas destinadas a uma deslocação, lhes ter sido dado consentimento e dito, pelo Presidente, qual o valor a pagar por essa "cedência". Quando membros do grupo estavam a preparar a sala foram literalmente despejados com a justificação de que a sala estava reservada para outro fim… Que culpa terá o Almagre de que na Direcção da Banda não haja diálogo e coordenação?? Ou será má vontade? Mas que foi uma situação, no mínimo, injusta e embaraçosa, lá isso foi…
Abraços marienses
Santa Maria, 26 de Junho de 2006
Ana Loura