Bom dia!
“Ele escolheu o caminho do AMOR”
E “o amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso, o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal, não se alegra com a injustiça, mas alegra-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.”
S. Paulo na Primeira Carta aos Coríntios
Há um mês que vos quero falar de Pedro, um certo Pedro. Ontem andava à cata de uma revista que fala dele e a minha mãe que ia a passar por mim pediu para vê-la e fez o seguinte comentário: “Um grande homem. Os bispos não gostam dele” E eu lembrei-me de que os grandes homens, como este Pedro, que ficaram na História andavam contra a corrente, contra a “ordem” estabelecida porque escolheram o caminho do Amor. Vejamos o exemplo de Cristo,
Mas falemos De Pedro, do Pedro tema desta escrita. Ando pela Net à procura de referências biográficas e encontro textos nas mais diversas línguas, textos excelentemente escritos sobre o tema. Qualquer coisa que eu diga ficará aquém de tudo o que tenho lido. Mas vou tentar, sim, escrever sobre uma figura que me fascina, um velhinho de rosto enrugado e olhos vivíssimos. Henry Grouès, nasceu há 94 anos em Lyon, França e faleceu no passado dia 22 de Janeiro. Entrou para a Ordem Religiosa dos Capuchinhos cujo carisma se centra na ajuda aos necessitados, no abandono dos bens materiais. Durante a Segunda Guerra Mundial tomou partido pela Resistência à invasão Nazi, tendo tomado o “nome de guerra” de Pierre, Abbé Pierre. Nesse envolvimento, salva várias pessoas. É nessa época que, ao ser abordado por um ex-presidiário que lhe pede ajuda e por não ter nada de concreto para lhe oferecer, pergunta se o quer ajudar a construir casas para outros sem abrigo que nasce o Movimento de Emaús, comunidade de pessoas marginalizadas que através do trabalho de recuperação e reutilização do que os mais favorecidos deitam fora, ganham honestamente sustento e, ainda, ajudam quem tem e pode menos. Em Portugal existem duas Comunidades, uma no Porto outra em Lisboa e mais 350 no resto do mundo. Mas a sua actividade a favor dos desfavorecidos inicia-se quando faz, publicamente na rádio, o apelo: “Meus amigos, socorro, uma mulher acaba de morrer na valeta, gelada de frio” Com este grito lancinante, Abbé Pierre, inicia uma cruzada em favor dos que não têm. Nem sempre compreendido ele teimou em estar do lado dos fracos, dos que para além de nada terem nem voz tinham para se fazerem ouvir por quem tem. “Essa “insurreição da bondade” mobilizou a consciência de um país e permitiu-lhe constatar que, em França, havia gente que morria de fome e de frio…A utilização dos meios de comunicação social ao serviço de fins caritativos havia nascido.
Desde então o seu combate não parou e ate há muito bem pouco tempo esteve presente nas assembleias dos “sem abrigo”, com a sua voz entrecortada protestando contra as novas disposições legais que permitem expulsar os ciganos e os emigrantes estrangeiros que campeiam em Paris.” In Conversaciones em la Capilla, blog. Abbé Pierre a história de um justo.
“A morte do Abbé Pierre atinge a França no coração” – reagiu Jacques Chirac, para quem esta figura tão querida dos franceses “representará sempre o espírito de revolta contra a miséria, o sofrimento, a injustiça e a força da solidariedade. A França perde uma grande figura, uma consciência, uma incarnação da bondade” – acrescentou o Presidente da República francês.
O Cardeal Danneels de Bruxelas chama-o de “Gigante da Misericórdia.
MISERICÓRDIA“A misericórdia apresentada por Cristo na parábola do filho pródigo tem a característica interior do amor, que no Novo Testamento é chamado “ágape”. Este amor e capaz de debruçar-se sobre todos os filhos pródigos, sobre qualquer miséria humana e, especialmente, sobre toda a miséria moral, sobre o pecado. Quando isto acontece, aquele que é objecto da misericórdia não se sente humilhado, mas como que reencontrado e “revalorizado”. O pai manifesta-lhe alegria, antes de mais por ele ter sido “reencontrado” e por ter “voltado à vida”. Esta alegria indica um bem que não foi destruído: o filho, embora pródigo, não deixa de ser realmente filho de seu pai. Indica ainda um bem reencontrado: no caso do filho pródigo, o regresso à verdade sobre si próprio.A parábola do filho pródigo exprime, de maneira simples mas profunda, a realidade da conversão, que é a mais concreta expressão da obra do amor e da presença da misericórdia no mundo humano. JPll in Enc Dives in misericórdia 6
Este é-me um tema particularmente querido por várias razões. Estamos na Quaresma, época propícia ao Deserto, ao encontro com nós próprios e ao Regresso ao colo do Pai que nos acolhe e ama incondicionalmente. Época de renúncias e de as colocarmos aos pés daqueles de quem Pedro, o Abbé Pierre, fez razão de vida, de luta diária porque ele, também, escolheu o caminho do Amor. Ninguém nos pede gestos heróicos, um pequeno gesto basta, apenas ter misericórdia, partilhar.
Santa Quaresma.
Nota final: Os orgão de comunicação social sempre atentos e pressurosos no que se refere aos “podres” dos católicos, principalmente no que toca a casos de pedofilia fazendo grandes parangonas e repetindo em dias consecutivos notícias roçadas e gastas de tanto repetidas, apenas fez breves referências à vida cheia de gestos de misericórdia deste grande ser humano. Pesos e medidas que fazem manchetes e manipulam audiências
Abraços marienses
Azurara, 26 de Fevereiro
Ana Loura
“Ele escolheu o caminho do AMOR”
E “o amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso, o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal, não se alegra com a injustiça, mas alegra-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.”
S. Paulo na Primeira Carta aos Coríntios
Há um mês que vos quero falar de Pedro, um certo Pedro. Ontem andava à cata de uma revista que fala dele e a minha mãe que ia a passar por mim pediu para vê-la e fez o seguinte comentário: “Um grande homem. Os bispos não gostam dele” E eu lembrei-me de que os grandes homens, como este Pedro, que ficaram na História andavam contra a corrente, contra a “ordem” estabelecida porque escolheram o caminho do Amor. Vejamos o exemplo de Cristo,
Mas falemos De Pedro, do Pedro tema desta escrita. Ando pela Net à procura de referências biográficas e encontro textos nas mais diversas línguas, textos excelentemente escritos sobre o tema. Qualquer coisa que eu diga ficará aquém de tudo o que tenho lido. Mas vou tentar, sim, escrever sobre uma figura que me fascina, um velhinho de rosto enrugado e olhos vivíssimos. Henry Grouès, nasceu há 94 anos em Lyon, França e faleceu no passado dia 22 de Janeiro. Entrou para a Ordem Religiosa dos Capuchinhos cujo carisma se centra na ajuda aos necessitados, no abandono dos bens materiais. Durante a Segunda Guerra Mundial tomou partido pela Resistência à invasão Nazi, tendo tomado o “nome de guerra” de Pierre, Abbé Pierre. Nesse envolvimento, salva várias pessoas. É nessa época que, ao ser abordado por um ex-presidiário que lhe pede ajuda e por não ter nada de concreto para lhe oferecer, pergunta se o quer ajudar a construir casas para outros sem abrigo que nasce o Movimento de Emaús, comunidade de pessoas marginalizadas que através do trabalho de recuperação e reutilização do que os mais favorecidos deitam fora, ganham honestamente sustento e, ainda, ajudam quem tem e pode menos. Em Portugal existem duas Comunidades, uma no Porto outra em Lisboa e mais 350 no resto do mundo. Mas a sua actividade a favor dos desfavorecidos inicia-se quando faz, publicamente na rádio, o apelo: “Meus amigos, socorro, uma mulher acaba de morrer na valeta, gelada de frio” Com este grito lancinante, Abbé Pierre, inicia uma cruzada em favor dos que não têm. Nem sempre compreendido ele teimou em estar do lado dos fracos, dos que para além de nada terem nem voz tinham para se fazerem ouvir por quem tem. “Essa “insurreição da bondade” mobilizou a consciência de um país e permitiu-lhe constatar que, em França, havia gente que morria de fome e de frio…A utilização dos meios de comunicação social ao serviço de fins caritativos havia nascido.
Desde então o seu combate não parou e ate há muito bem pouco tempo esteve presente nas assembleias dos “sem abrigo”, com a sua voz entrecortada protestando contra as novas disposições legais que permitem expulsar os ciganos e os emigrantes estrangeiros que campeiam em Paris.” In Conversaciones em la Capilla, blog. Abbé Pierre a história de um justo.
“A morte do Abbé Pierre atinge a França no coração” – reagiu Jacques Chirac, para quem esta figura tão querida dos franceses “representará sempre o espírito de revolta contra a miséria, o sofrimento, a injustiça e a força da solidariedade. A França perde uma grande figura, uma consciência, uma incarnação da bondade” – acrescentou o Presidente da República francês.
O Cardeal Danneels de Bruxelas chama-o de “Gigante da Misericórdia.
MISERICÓRDIA“A misericórdia apresentada por Cristo na parábola do filho pródigo tem a característica interior do amor, que no Novo Testamento é chamado “ágape”. Este amor e capaz de debruçar-se sobre todos os filhos pródigos, sobre qualquer miséria humana e, especialmente, sobre toda a miséria moral, sobre o pecado. Quando isto acontece, aquele que é objecto da misericórdia não se sente humilhado, mas como que reencontrado e “revalorizado”. O pai manifesta-lhe alegria, antes de mais por ele ter sido “reencontrado” e por ter “voltado à vida”. Esta alegria indica um bem que não foi destruído: o filho, embora pródigo, não deixa de ser realmente filho de seu pai. Indica ainda um bem reencontrado: no caso do filho pródigo, o regresso à verdade sobre si próprio.A parábola do filho pródigo exprime, de maneira simples mas profunda, a realidade da conversão, que é a mais concreta expressão da obra do amor e da presença da misericórdia no mundo humano. JPll in Enc Dives in misericórdia 6
Este é-me um tema particularmente querido por várias razões. Estamos na Quaresma, época propícia ao Deserto, ao encontro com nós próprios e ao Regresso ao colo do Pai que nos acolhe e ama incondicionalmente. Época de renúncias e de as colocarmos aos pés daqueles de quem Pedro, o Abbé Pierre, fez razão de vida, de luta diária porque ele, também, escolheu o caminho do Amor. Ninguém nos pede gestos heróicos, um pequeno gesto basta, apenas ter misericórdia, partilhar.
Santa Quaresma.
Nota final: Os orgão de comunicação social sempre atentos e pressurosos no que se refere aos “podres” dos católicos, principalmente no que toca a casos de pedofilia fazendo grandes parangonas e repetindo em dias consecutivos notícias roçadas e gastas de tanto repetidas, apenas fez breves referências à vida cheia de gestos de misericórdia deste grande ser humano. Pesos e medidas que fazem manchetes e manipulam audiências
Abraços marienses
Azurara, 26 de Fevereiro
Ana Loura