Bom dia!
Sou contra o aborto, sou sem qualquer dúvida a favor da VIDA. Que nunca mulher nenhuma se veja na necessidade de abortar, seja qual for a razão.
“Falai de tal maneira e de tal maneira procedei, como havendo de ser julgados pela lei da liberdade.
Porque o juízo será sem misericórdia para aquele que não usou de misericórdia; a misericórdia triunfa sobre o juízo.”
Tantas vezes me lembro daquela cena de Jesus meio acocorado a escrevinhar com o dedo no pó do chão e os homens a quase exigirem q ela condenasse a mulher adúltera. Jesus nem levanta a cabeça e em voz baixa “Quem de vós nunca pecou atire a primeira pedra” e eles a saírem sem quererem dar nas vistas, do mais velho ao mais novo. Somos muitas vezes hipócritas e atiramos a primeira pedra sem pensar nos nossos telhados de vidro
Tenho acompanhado, na imprensa, a discussão em torno do referendo sobre a despenalização da interrupção voluntária da gravidez até às 10 semanas de gestação e penso que é urgente e honesto clarificar algumas questões que, quanto a mim, estão a ser usadas demagogicamente e de forma pouco honesta pelos defensores do NÃO. Creio que será manipular quem não tem opinião ainda formada ou outros quaisquer, se for dito que o que está em causa é ser a favor ou contra o aborto, que votar sim à despenalização é abrir portas para que muitas mais mulheres o façam. Dizer isto é distorcer a intenção real da despenalização. Despenalizar é permitir que aquelas que o decidem fazer o façam em segurança, numa instituição hospitalar assistidas por pessoal médico e não corram riscos., não é incentivar a que o aborto seja feito.
É hipócrita esgrimir argumentos destes e pouco ter feito desde o primeiro referendo que se realizou em 1998 para evitar que jovens engravidem, que mulheres de famílias numerosas e fracos recursos engravidem. O aborto não pode ser considerado meio de contracepção, é um último recurso em situações concretas. Se o SIM ganhar, como espero que ganhe, é preciso legislar, é preciso que essa legislação espelhe, de facto, o respeito à vida, haja mecanismos de acompanhamento à mulher grávida que entende abortar, de aconselhamento, que a ajude a reflectir se essa é, de facto, a última porta, o último recurso. A nossa Igreja, ao invés de ameaçar com excomunhões (bom que nem todo o clero tem estas atitudes repressivas), tem por obrigação de, nas Pastorais da Família, e, principalmente na da Juventude de formar consciências na discussão aberta da sexualidade, formar os jovens no amor e respeito à vida, na sexualidade responsável em que ambos, rapaz e rapariga, sigam de mãos dadas um caminho seguro em que o acto sexual seja o coroar de uma relação estável e séria. Que cada vez mais se ouça falar em namoro casto, no sexo depois do casamento, mesmo que este seja o juntar dos trapinhos. De qualquer forma, cabe aos Pais, pois a educação e a formação dos jovens, começa no seio familiar, esclarecer abertamente os filhos, quanto às formas de prevenir uma gravidez fora do tempo e muni-los dos meios, às moças a pílula e aos rapazes o preservativo, para que, e volto a referir, de uma forma consciente, giram a sua sexualidade. Não me venham agora dizer que dar uma caixa de contraceptivos a uma filha e preservativos ao filho é dizer: Vá filhos, a partir de agora podem fazer sexo à vontade. Não. É dizer: olha eu nestes anos todos expliquei-te que fazer amor é com quem amamos e por vezes demoramos algum tempo a ter a certeza de que amamos, portanto não tenhas pressa, mas quando chegares a essa conclusão está aqui a forma de não engravidares. Esta é uma das formas mais seguras. As outras, eu já tas expliquei. Agora está nas vossas mãos.
Diz Frei Bento Domingues a arrematar a sua crónica de ontem no Jornal “O Público: “Parece-me exorbitante ameaçar os católicos, que votem "sim", com a excomunhão. Comparar o aborto ao terrorismo é fazer das mulheres aliadas da Al-Quaeda. A retórica deve ter limites.
Creio que é compatível o voto na despenalização e ser – por pensamentos, palavras e obras – pela cultura da vida em todas as circunstâncias e contra o aborto. O "sim" à despenalização da interrupção voluntária da gravidez, dentro das dez semanas, é contra o sofrimento das mulheres redobrado com a sua criminalização. Não pode ser confundido com a apologia da cultura da morte, da cultura do aborto, embora haja sempre doidos e doidas para tudo.
Eu, agora, competente me confesso para afirmar: quando, em Portugal, o aborto for obrigatório, abandono o país. Nem mais, nem menos.”
Eu reafirmo:
Sou contra o aborto, sou sem qualquer dúvida a favor da VIDA. Que nunca mulher nenhuma se veja na necessidade de abortar, seja qual for a razão.
Eu voto sim no Referendo da Despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez. O resto? O resto fica na consciência de quem na liberdade e no livre arbítrio e por razões que não me cabe julgar, pratica o acto.
Abraços marienses
Funchal, 29 de Janeiro de 2007
Ana Loura
Sou contra o aborto, sou sem qualquer dúvida a favor da VIDA. Que nunca mulher nenhuma se veja na necessidade de abortar, seja qual for a razão.
“Falai de tal maneira e de tal maneira procedei, como havendo de ser julgados pela lei da liberdade.
Porque o juízo será sem misericórdia para aquele que não usou de misericórdia; a misericórdia triunfa sobre o juízo.”
Tantas vezes me lembro daquela cena de Jesus meio acocorado a escrevinhar com o dedo no pó do chão e os homens a quase exigirem q ela condenasse a mulher adúltera. Jesus nem levanta a cabeça e em voz baixa “Quem de vós nunca pecou atire a primeira pedra” e eles a saírem sem quererem dar nas vistas, do mais velho ao mais novo. Somos muitas vezes hipócritas e atiramos a primeira pedra sem pensar nos nossos telhados de vidro
Tenho acompanhado, na imprensa, a discussão em torno do referendo sobre a despenalização da interrupção voluntária da gravidez até às 10 semanas de gestação e penso que é urgente e honesto clarificar algumas questões que, quanto a mim, estão a ser usadas demagogicamente e de forma pouco honesta pelos defensores do NÃO. Creio que será manipular quem não tem opinião ainda formada ou outros quaisquer, se for dito que o que está em causa é ser a favor ou contra o aborto, que votar sim à despenalização é abrir portas para que muitas mais mulheres o façam. Dizer isto é distorcer a intenção real da despenalização. Despenalizar é permitir que aquelas que o decidem fazer o façam em segurança, numa instituição hospitalar assistidas por pessoal médico e não corram riscos., não é incentivar a que o aborto seja feito.
É hipócrita esgrimir argumentos destes e pouco ter feito desde o primeiro referendo que se realizou em 1998 para evitar que jovens engravidem, que mulheres de famílias numerosas e fracos recursos engravidem. O aborto não pode ser considerado meio de contracepção, é um último recurso em situações concretas. Se o SIM ganhar, como espero que ganhe, é preciso legislar, é preciso que essa legislação espelhe, de facto, o respeito à vida, haja mecanismos de acompanhamento à mulher grávida que entende abortar, de aconselhamento, que a ajude a reflectir se essa é, de facto, a última porta, o último recurso. A nossa Igreja, ao invés de ameaçar com excomunhões (bom que nem todo o clero tem estas atitudes repressivas), tem por obrigação de, nas Pastorais da Família, e, principalmente na da Juventude de formar consciências na discussão aberta da sexualidade, formar os jovens no amor e respeito à vida, na sexualidade responsável em que ambos, rapaz e rapariga, sigam de mãos dadas um caminho seguro em que o acto sexual seja o coroar de uma relação estável e séria. Que cada vez mais se ouça falar em namoro casto, no sexo depois do casamento, mesmo que este seja o juntar dos trapinhos. De qualquer forma, cabe aos Pais, pois a educação e a formação dos jovens, começa no seio familiar, esclarecer abertamente os filhos, quanto às formas de prevenir uma gravidez fora do tempo e muni-los dos meios, às moças a pílula e aos rapazes o preservativo, para que, e volto a referir, de uma forma consciente, giram a sua sexualidade. Não me venham agora dizer que dar uma caixa de contraceptivos a uma filha e preservativos ao filho é dizer: Vá filhos, a partir de agora podem fazer sexo à vontade. Não. É dizer: olha eu nestes anos todos expliquei-te que fazer amor é com quem amamos e por vezes demoramos algum tempo a ter a certeza de que amamos, portanto não tenhas pressa, mas quando chegares a essa conclusão está aqui a forma de não engravidares. Esta é uma das formas mais seguras. As outras, eu já tas expliquei. Agora está nas vossas mãos.
Diz Frei Bento Domingues a arrematar a sua crónica de ontem no Jornal “O Público: “Parece-me exorbitante ameaçar os católicos, que votem "sim", com a excomunhão. Comparar o aborto ao terrorismo é fazer das mulheres aliadas da Al-Quaeda. A retórica deve ter limites.
Creio que é compatível o voto na despenalização e ser – por pensamentos, palavras e obras – pela cultura da vida em todas as circunstâncias e contra o aborto. O "sim" à despenalização da interrupção voluntária da gravidez, dentro das dez semanas, é contra o sofrimento das mulheres redobrado com a sua criminalização. Não pode ser confundido com a apologia da cultura da morte, da cultura do aborto, embora haja sempre doidos e doidas para tudo.
Eu, agora, competente me confesso para afirmar: quando, em Portugal, o aborto for obrigatório, abandono o país. Nem mais, nem menos.”
Eu reafirmo:
Sou contra o aborto, sou sem qualquer dúvida a favor da VIDA. Que nunca mulher nenhuma se veja na necessidade de abortar, seja qual for a razão.
Eu voto sim no Referendo da Despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez. O resto? O resto fica na consciência de quem na liberdade e no livre arbítrio e por razões que não me cabe julgar, pratica o acto.
Abraços marienses
Funchal, 29 de Janeiro de 2007
Ana Loura