Bom dia,
Eu tinha lido no Blog http://compararsantamaria.blogspot.com que o “Ilha Azul”, que por acaso é encarnado, não atracaria no cais construído para a operação do Ferry, cais este que custou os olhos da cara à Região, quer isto dizer aos contribuintes, quer isto, ainda, dizer ao povo.
Não quis acreditar. E apesar de ter comentado o que lá estava escrito preferi ver com os meus próprios olhos a chegada do barco e, fotografar a sua entrada e atracagem, não fosse ser um Primeiro de Abril tardio ou a memória ser curta e daqui a nada pensar que afinal sonhei um negro pesadelo.
Nós já sabíamos que o local e a forma como foi construído o cais para o Ferry era discutível, que quando a vaga entra no porto de um determinado quadrante, lhe bate e recua ainda com mais força prejudicando a operacionalidade em todo o porto. Mas, foi uma má surpresa sabermos que o vermelho “Ilha Azul” não poderia operar nesse cais e que o conforto dos passageiros, a aguardar embarque, passaria a ser zero, pois em horas de sol torrarão a moleirinha com riscos de insolação e nos dias de chuva se habilitam a uma pneumonia porque, pasme-se, o barco usado pela companhia que ganhou o concurso promovido pelo Governo Regional dos Açores para as carreiras de passageiros tem demasiado calado para encostar ao cais que todos pagámos para servir o embarque e o desembarque dos passageiros e viaturas.
As palavras certas para classificar este e outros assuntos que se ligam a S Maria, e destes falamos porque estes conhecemos, é falta de respeito, incúria, INCOMPETÊNCIA nos gastos dos dinheiros públicos. Não há a preocupação de gastar bem gasto, de fazer bem feito. A gestão é danosa e não há quem fiscalize e faça cumprir a lei.
É no mínimo estranho que sendo o Governo Regional a fazer o Caderno de Encargos para o concurso e, sabendo melhor que ninguém, pois foi quem construiu os portos, as condições objectivas em que devem operar os barcos, não tenha incluído clausulas de salvaguarda da operacionalidade nos mesmos...
É escandalosa a ligeireza com que são tratados esses assuntos.
Que os Senhores Secretários giram mal as suas casas e os seus dinheiros para isso eu estou-me "nas tintas", agora que giram mal o nosso dinheiro e não sejam chamados "à pedra"...Por muito menos é o comum do cidadão "engavetado", e eles? Eles passeiam-se impunes, vêm cá nas visitas de "desobriga" cortar fitas com o nariz levantado e inchados de orgulho pelas “calinadas” que fazem.
E nós? Nós encolhemos os ombros, deixamos andar e até batemos palmas e nas próximas eleições voltamos a votar…neles…
Abraços marienses
Azurara, 3 de Julho de 2006
Ana Loura
Eu tinha lido no Blog http://compararsantamaria.blogspot.com que o “Ilha Azul”, que por acaso é encarnado, não atracaria no cais construído para a operação do Ferry, cais este que custou os olhos da cara à Região, quer isto dizer aos contribuintes, quer isto, ainda, dizer ao povo.
Não quis acreditar. E apesar de ter comentado o que lá estava escrito preferi ver com os meus próprios olhos a chegada do barco e, fotografar a sua entrada e atracagem, não fosse ser um Primeiro de Abril tardio ou a memória ser curta e daqui a nada pensar que afinal sonhei um negro pesadelo.
Nós já sabíamos que o local e a forma como foi construído o cais para o Ferry era discutível, que quando a vaga entra no porto de um determinado quadrante, lhe bate e recua ainda com mais força prejudicando a operacionalidade em todo o porto. Mas, foi uma má surpresa sabermos que o vermelho “Ilha Azul” não poderia operar nesse cais e que o conforto dos passageiros, a aguardar embarque, passaria a ser zero, pois em horas de sol torrarão a moleirinha com riscos de insolação e nos dias de chuva se habilitam a uma pneumonia porque, pasme-se, o barco usado pela companhia que ganhou o concurso promovido pelo Governo Regional dos Açores para as carreiras de passageiros tem demasiado calado para encostar ao cais que todos pagámos para servir o embarque e o desembarque dos passageiros e viaturas.
As palavras certas para classificar este e outros assuntos que se ligam a S Maria, e destes falamos porque estes conhecemos, é falta de respeito, incúria, INCOMPETÊNCIA nos gastos dos dinheiros públicos. Não há a preocupação de gastar bem gasto, de fazer bem feito. A gestão é danosa e não há quem fiscalize e faça cumprir a lei.
É no mínimo estranho que sendo o Governo Regional a fazer o Caderno de Encargos para o concurso e, sabendo melhor que ninguém, pois foi quem construiu os portos, as condições objectivas em que devem operar os barcos, não tenha incluído clausulas de salvaguarda da operacionalidade nos mesmos...
É escandalosa a ligeireza com que são tratados esses assuntos.
Que os Senhores Secretários giram mal as suas casas e os seus dinheiros para isso eu estou-me "nas tintas", agora que giram mal o nosso dinheiro e não sejam chamados "à pedra"...Por muito menos é o comum do cidadão "engavetado", e eles? Eles passeiam-se impunes, vêm cá nas visitas de "desobriga" cortar fitas com o nariz levantado e inchados de orgulho pelas “calinadas” que fazem.
E nós? Nós encolhemos os ombros, deixamos andar e até batemos palmas e nas próximas eleições voltamos a votar…neles…
Abraços marienses
Azurara, 3 de Julho de 2006
Ana Loura
2 comentários:
Isto da política é uma chatice para quem a faz...
Chatice, passo a explicar, porque os resultados são públicos e possíveis de ser ajuízados. Ora, isto significa que ser incompetente nestas circunstâncias se pode tornar um bico de obra, a não ser...bom, a não ser que ocorra em Portugal. No nosso país, onde por norma a "culpa morre solteira", tudo se tolera e tudo se suporta a uma classe cada vez mais envolta em controvérsia. Portugal, país que sem corrupção poderia estar ao nível da Finlândia, foi governado ao longo das últimas décadas pelos lobbies, onde uma minoria conseguiu enriquecer muito à custa dos contribuintes. A barragem do alqueva será talvez disso, o mais recente exemplo. Apontado como um desígnio nacional e pago por todos nós, seria a salvação da agricultura alentejana e reserva de água para o país. Uma vez concluída percebeu-se...servirá para regar campos de golfe de alguns complexos turísticos, enriquecendo os seus proprietário e pasme-se, até desportos motorizados serão permitidos na nossa "reserva de água". O país pagou e alguns empresários lucrarão. Quanto ao Alentejo, bom, talvez consigam meia dúzia de empregos para as populacões nesses hotéis. Esta situaçao com o "ilha azul", ainda que em menor escala, não é muito diferente. O governo regional usou o dinheiro dos contibuintes para construir um cais de embarque de passageiros e para adquirir ou alugar o navio que faz a ligação entre ilhas. O mínimo que um governante deve fazer (já para não dizer SEMPRE que mexe em dinheiro que não é dele)é estudar a viabilidade de um projecto, antes de o executar.
Se tivesse feito isso, facilmente o governo regional teria percebido que o cais estava no sítio errado ou que o barco não servia as necessidades (ou as duas hipóteses) e evitado a situação actual. Além de poupar dinheiro aos contribuintes, teriam mostrado competência a quem confiou neles. De qualquer forma e chegados a esta situação, só há duas hipóteses. Ou os responsáveis são inacreditavelmente incompetentes e devem procurar outras ocupações, ou então, num estilo bem mais "português", fizeram tudo levianamente, o construtor (quem sabe amigo...) lucrou com a história, a companhia de navegação até nem tinha o melhor barco para o efeito, mas foi "generosa" com o governo e no fim, apenas o "património contributivo" foi delapidado, mas quanto a isso também não parece haver problema. O povo tem memória curta e falta de interesse. Quando chega à altura de votar (aqueles que se dão a esse trabalho) pensam: "ahh...eles são todos iguais!!!"
E tudo fica na mesma...
Oi Ana, gostei das fotos, seu texto também é espetacular, vc eh como eu sensivel a tudo.
Beijos diretos do Rio de Janeiro
Eminha
Enviar um comentário