26 de dezembro de 2006

Arrendo quarto

ARRENDO QUARTO

Arrendo quarto em Lisboa

· Apartamento a ser partilhado com uma estudante;
· Serventia das áreas comuns do apartamento;
· Perto de Autocarro (Carris:7 e 36)
· Estação de metro a 10 minutos;
· Perto de café, mercearias, lavandaria, padaria, talho, CTT, e outro comércio;
· Perto de paragem de táxis;
· Situado na Calçada de Carriche.


Contactos: 96 57 87 364 / 96 64 57 258
anamloura@hotmail.com

22 de dezembro de 2006

Mais uma vez...porque é Natal



Foto de um presépio de lapinha executado e oferecido pela minha amiga Ana Coutinho com conchas de Azurara e S Miguel

Bom dia!

Mais uma vez porque é Natal.

De um CD que comprei há dias em que Johnny Cash interpreta canções e textos alusivos ao Natal deixo-vos uma pequena estória:

“Aconteceu numa tarde do fim de Dezembro,
Dois amigos procuraram um velho vizinho
E encontraram-no na loja dele tão pobre e vazia
Mas ele tinha-a tornado alegre com mil arcos verdes.
Conrad estava sentado com o rosto radioso,
Parou de repente de prender o fio dourado que pendurava
E disse: “queridos amigos, hoje ao alvorecer
Quando o galo espantava a noite
O Senhor apareceu-me num sonho
E disse-me: “Eu, hoje, vou ser teu hóspede”
Tenho estado ocupado, atarefado
A enfeitar a minha loja com galhos verdes
A mesa está arrumada e a chaleira brilha
E o azevinho enfeita as vigas.
Agora vou esperar que Deus apareça
Ficar à escuta para ouvir
Os Seus passos quando Ele se aproximar do meu pobre lar.
E abrirei a porta e olharei o Seu rosto.

Então os seus amigos deixaram-no só
Pois este seria o seu dia mais feliz
Desde que a sua família tinha falecido
E Conrad tinha passado muitos dias de Natal tristes.

Mas ele sabia que com Deus como seu convidado
Este seria o Natal mais desejado e feliz
Portanto sentiu o seu coração cheio de alegria.
Cada ruído o fazia espreitar
Para ver se o Senhor já estava à sua porta,
Como a visão que tivera há horas.
Correu para a janela quando ouviu um ruído
Mas tudo o que viu no chão coberto de neve
Foi um imundo pedinte com os sapatos rotos
E toda a roupa rota e surrada.
Mas Conrad ficou emocionado, foi à porta
E disse, “Sabes, os teus pés devem de estar gelados e feridos
Tenho sapatos na minha loja para ti
E, também, um casaco para te aquecer.
Com o coração agradecido o homem partiu
Mas Conrad reparou na hora
E perguntou-se o que teria feito atrasar Deus
E quanto mais teria que esperar,
Quando ouviu uma pancada na porta
Mas era, apenas, mais uma vez, um estranho
Uma velha curvada com um xaile preto
E um fardo de lenha às costas
Pediu, só, um lugar para descansar
Mas esse lugar estava reservado ao convidado de Conrad.
A voz da velha parecia suplicar “Não me mandes embora,
Deixa-me descansar um pouco neste Dia de Natal”,
Então, Conrad ofereceu-lhe uma chávena de café fumegante
E disse que se sentasse à mesa e ceasse.
Mas depois que ela saiu ele sentiu-se desanimar
Pois via que as horas estavam a escoar-se
E o Senhor ainda não tinha chegado e tinha prometido que vinha.
Então sentiu que se tinha confundido.
Quando na calma da noite ouviu um grito
“Por favor ajudem-me digam-me onde estou”
Mais uma vez ele abriu a porta
E ficou desapontado como nas duas vezes anteriores.
Era apenas uma criança que vagueava
E se tinha perdido da família no Dia de Natal.
De novo o coração de Conrad ficou pesaroso e triste.
Mas sabia que tinha de fazer a menina feliz.
Chamou-a e enxugou-lhe as lágrimas
E aquietou todos os seus receios infantis.
Levou-a de volta para casa.
Mas, quando mal entrou na sua porta escura
Ele soube que Deus não viria nesse dia.
Porque as horas do Natal tinham passado.
Ele foi para o quarto, ajoelhou-se e rezou
E disse “ Querido Deus, porque te atrasaste
O que te impediu que me visitasses?
Eu desejo tanto ver o Teu rosto”
Quando do silêncio ele ouviu uma voz suave
“Levanta a tua cabeça porque cumpri a minha palavra
Três vezes a minha sombra cruzou a tua sala.
E três vezes eu vim à tua porta abandonada.
Eu fui o pedinte com os pés em chaga e gelados
Eu fui a mulher a quem deste de comer
Fui a criança na rua deserta
Três vezes bati à tua porta, três vezes eu entrei
E de todas as vezes encontrei o calor da amizade.
De todos os presentes o amor é o melhor.
Senti-me honrado por ter sido o teu convidado neste Natal.”

Façamos do Nosso Natal um Natal de partilha e veremos o rosto de Deus.

Abraços marienses
Santa Maria, 18 de Dezembro de 2006
Ana Loura

11 de dezembro de 2006

Misericórdia!!!!



















Fotos do site da UNICEF www.unicef.pt
Bom dia!

Já aqui falei várias vezes sobre o que a Internet é ou pode ser para muitos de nós. A mim surpreende-me, muitas vezes quer pela negativa quer pela positiva. Recebo dezenas de e-mail cujo conteúdo é pobre e que só servem para que a caixa de correio atinja os limites da sua capacidade muito rapidamente e porque eu só depois de abrir a “envelope” e ler sei se presta ou não e apago. Há dias recebi um que me perturbou, me abalou. Não por conter coisas que eu desconheça, mas porque mas disse, mostrou-mas de uma forma estruturada, directa, sem rodeios, com imagens eloquentes e tem por título “Infância roubada” e resumidamente diz:

“Qual o mundo que deixaremos para trás, para as próximas gerações quando partirmos? Que herança lhe destinaremos? O futuro dependerá do que agora fizermos. E, certamente, há muito por se fazer.

Crianças que catam “migalhas” de carvão para que a Mãe possa cozinhar a comida que a miséria possibilita, outras entre os 4 e os 6 anos, viram tijolos. Nas Honduras, crianças disputam com os abutres as sobras que encontram num aterro sanitário. Na Índia uma menina de 9 anos, já com as mãos calejadas, parte pedra por um salário de miséria. Na Colômbia adolescentes prostituem-se.

Mais de 100 mil meninas são vítimas de exploração sexual no Brasil.

A Organização Mundial de Saúde estima entre 100 milhões de crianças vivendo nas ruas do mundo subdesenvolvido ou em desenvolvimento.

Talvez seja a hora de os políticos e governantes incluírem compaixão social nos seus programas e agendas de trabalho.

Tão perversas como persistentes, as desigualdades sociais e a pobreza atingem particularmente a população Infanto- juvenil. Estudos têm mostrado que as condições de vida das crianças são mais severas em lugares onde a infra-estrutura escolar é de baixa qualidade. Faz-se necessário, portanto, criar condições que estimule um aumento na frequência nas escolas com a consequente ampliação dos seus horizontes e o desenvolvimento das suas potencialidades.

As políticas destinadas a acabar com o trabalho infantil também deveria procurar eliminar as necessidades da família pelo “ordenado” da criança.

Na Califórnia, não muito distante da Disneylandia, a Terra da Fantasia, crianças, filhos de Pais viciados em droga, catam latas a fim de, com a sua venda, completar o orçamento familiar e ajudam como podem nos trabalhos domésticos.

No mundo, segundo dados da UNICEF, estima-se 55% das mortes de crianças estão associadas à desnutrição, à fome que debilita lentamente.

Até quando?

É no coração da noite que desponta o dia.

Qual o mundo que pretendemos deixar para as futuras gerações? Um mundo mais justo, certamente.

O reino de Deus não irá despencar sobre as nossas cabeças da noite para o dia, se somos sinceros no nosso desejo de que ele venha até nós, temos que fazer a nossa parte. O Reino de Deus, a idade áurea marcada pela Justiça, não descerá do Céu, ela soerguer-se-á do chão que pisamos, regado pelo sagrado suor dos que se importam com o próximo. A sua chegada depende de pequenos actos de bondade, de heróicos gestos de compaixão.

Qual o mundo que deixaremos para as crianças de hoje, para as que, ainda, nascerão?

MISERICÓRDIA!!!

Na Misericórdia o coração compadece-se e AGE.

Diz Erico Veríssimo que o oposto ao amor não é o ódio, mas a indiferença.

Kyrie Eleison- antiga evocação grega que significa Senhor envia o teu sopro, envia a tua Misericórdia.

“Bem aventurados os Misericordiosos porque alcançarão o Céu” Sermão da Montanha.

Há muito para ser feito, ainda. Quem semeará, colherá…
Deus move o céu inteiro naquilo que o ser humano é incapaz de fazer, mas não move uma palha naquilo que a capacidade humana pode resolver (provérbio oriental) "

Esta apresentação é assinada por: Um Peregrino e pode ser encontrada no blog Mulher de Atenas cujo endereço é www.luadosacores.blogspot.com

Enquanto transcrevia este grito de alerta a SIC passava uma reportagem sobre os catadores dos contentores de lixo dos supermercados de Lisboa…Tanta miséria à nossa porta e nós a prepararmos o nosso Natal de fartura, de esbanjamento. Se dermos menos um brinquedo a cada um dos nossos filhos, menos um perfume ou uma futilidade a nossos familiares e amigos e encaminharmos o seu valor para instituições que os farão chegar a quem precisa daremos um pequenino passo no sentido da Misericórdia.

Santo Natal a todos
Azurara, 11 de Dezembro de 2006
Ana Loura

4 de dezembro de 2006

As trufas e as perdizes ou a caça às baixas médicas




Bom dia!

Trufas são uma espécie de cogumelos delicados e saborosos, caríssimos, que são consumidos nos restaurantes mais chiques. São de difícil localização, pois nascem debaixo do solo junto às raízes de certas árvores.

Para os encontrar são utilizados porcos preparados propositadamente para isso, desde que nascem. Para que reconheçam o cheiro das trufas, para facilmente as encontrarem, quando crescem, as tetas das mães porcas são esfregadas com trufas.

Actualmente passou-se a utilizar cães para esta busca pois os porcos, se os donos não chegavam depressa, comiam as saborosas trufas.

Os cães são utilizados, actualmente, para a busca de sinistrados. Desde há muitos anos os S. Bernardo são utilizados para a localização de pessoas que se perdem na neve e todos nós temos na memória a imagem dos ternurentos cachorros de barril de whiskie pendurado ao pescoço. Para além dos sinistrados procuram droga nas bagagens de passageiros em aeroportos.

Mas os cachorros são usados, principalmente, para a caça. Aqui em Portugal são mais conhecidos os perdigueiros. Os perdigueiros procuram a perdiz e quando a encontram param estáticos, a perdiz levantam o caçador dispara e mata-a. Os cães de caça operam, normalmente, em matilha.

Açoriano Oriental 21 de Novembro de 2006

“Utentes do Centro de Prestações Pecuniárias de Santa Maria dizem-se fartos de injustiças, discriminação e mau atendimento. As reclamações já duram há anos, mas segundo alguns utentes continua tudo na mesma

Na Almagreira, Maria do Santo Cristo também aponta o dedo à forma como suspenderam a baixa por doença concedida ao filho, após um acidente de moto que lhe deixou várias sequelas em termos de consciência.
Segundo a mariense, tudo aconteceu quando o filho, pelo facto de não ter noção das horas, se ausentou de casa para ir ao cimo da rua buscar pão. Tal explicação não convenceu Valter Tavares, inspector da Segurança Social, que deu por suspenso o referido subsídio.
“Esta é uma terra pequena onde todos se conhecem e ele (inspector) sabe perfeitamente da situação do meu filho. Se subisse a rua podia ter confirmado o que eu tinha dito. Ele não saiu para trabalhar e o inspector sabia disso, por isso acho que foi um acto de pura maldade”.
Nunca fui mal atendida no Centro de Prestações Pecuniárias de Santa Maria, antes pelo contrário, as pessoas com quem tive de lidar sempre foram atenciosas e competentes.
Nos meus vinte e quase oito anos de descontos para a Segurança Social, para além das baixas por parto pelos nascimentos dos meus filhos, só muito recentemente, por motivo de problemas do foro psicológico, situações de depressão, fui obrigada a entrar em situações de baixa médica. Ora como toda a gente sabe, pois Santa Maria é um meio pequeno, não tenho ninguém que faça por mim o que tem que ser feito e eu preciso de sair de casa para fazer essas coisas. Um dia, quando regressei, a senhora que de vez em quando me vai fazer uma limpeza mais cuidada à casa estava aflitíssima pois tinham tocado à campainha e, quando ela foi espreitar para ver quem era, viu o funcionário da Segurança Social a entrar no meu quintal e a ir espreitar à traseira da casa.
Sou, por princípio, legalista. As leis são fruto da democracia e, portanto, para serem cumpridas por todos os cidadãos que são iguais, ou deveriam ser, perante a lei. Mas sempre me incomodou a caça à multa, o escarafunchar gratuitamente, para mostrar serviço, na vida do cidadão que menos pesa no sistema. Tanta fuga ao fisco, tanta empresa que não entrega atempadamente, ou nunca entrega nunca, os descontos devidos à Segurança Social e persegue-se quem não tem alternativas porque não tem criados para irem às compras.
Ao ter conhecimento das notícias sobre as perseguições a pessoas em situações de baixa vindas a público quer na televisão quer nos jornal veio me à lembrança que já algumas pessoas me tinham dito que os funcionários apontados nas notícias se colocavam estrategicamente junto ao “Ângelo” pois sabem que toda a gente come pão. Aí pensei nas trufas e nas perdizes…sem ofensa, claro.

Abraços marienses
Azurara, 4 de Dezembro de 2006
Ana Loura
Foto do perdigueiro em: http://alectorisrufa.blogspot.com/