29 de janeiro de 2008

Genuíno dobra o Cabo Horn

Já aqui afirmei numa das minhas crónicas a minha admiração a Genuíno Madruga


Deixo-vos transcrição de notícia saída, hoje, a público no Jornal diário Online http://www.jornaldiario.com/

"Câmara da Horta congratula Genuíno Madruga

A Câmara Municipal da Horta aprovou ontem, por unanimidade, um voto de saudação a Genuíno Madruga, pela dobragem do Cabo Horn.

Na mesma reunião foi igualmente aprovado um protocolo de cooperação desportiva entre o Município e o pescador-velejador, no valor de sete mil e quinhentos euros.No voto de saudação, a Câmara deseja os maiores sucessos ao velejador Genuíno Madruga nesta sua segunda volta ao mundo em solitário. Esta etapa está a ser acompanhada pelo jornalista José Serra, da RTP-Açores, que foi portador dos cumprimentos desta Autarquia e de uma oferta de uma medalha e postais do 50.º aniversário do Vulcão dos Capelinhos.O protocolo de cooperação a estabelecer entre o Município da Horta e o pescador-velejador releva a importância deste projecto, que tem suscitado o interesse de diversos meios de comunicação social regional, nacional e internacional, e que contribui, em larga medida, para promoção e divulgação das nossas tradições."
Nada como vermos a autarquia da Horta reconhecer o evidente...

Desde Ushuaia - A passagem do Cabo Horn 29 Janeiro de 2008


Caros amigos:
Cá estou nesta linda e turística cidade, na cidade mais austral do Mundo, em Ushuaia.Aqui cheguei após passar o mítico e tenebroso Cabo da Ilha de Horn, facto histórico e sem precedentes na navegação marítima Portuguesa. Efectivamente chegar até a Ilha de Horn não foi tarefa fácil.

As últimas 6 milhas naveguei com vento muito forte de Oeste, pela proa, tendo mesmo levado 10 horas para onseguir chegar à Ilha, o que aconteceu no passado dia 23. Procurei uma baía abrigada onde, em segurança, ancorei o Hemingway. Preparei meu bote insuflável, fui a terra confraternizar com os dois elementos da Armada do Chile que asseguram o bom funcionamento do centenário farol da Ilha de Horn. A recepção foi óptima! Estive na Capela Stela Maris, local cheio de boas mas, também, trágicas histórias! Creio mesmo que muitas dessas histórias só podem ser entendidas por aqueles que navegando em pequenas e (sempre) frágeis embarcações, conseguem viver o suficiente para assim relatarem tão marcante evento. Muitos não o conseguiram! Para estes últimos minha e, certamente, nossa, maior Homenagem!

A Ilha de Horn é o mais desolado e inóspito que uma ilha pode ser. Não têm árvores e só mesmo na parte leste da ilha "sobrevivem" alguns arbustos e plantas rasteiras. A ilha tem aproximadamente a área da Ilha do Corvo, nos Açores.

Após a passagem do Cabo, contornei por Oeste e por Norte a Ilha de Horn, entrei no Canal Beagle que percorri passando por diversas ilhas até chegar a este "oásis" que é o Ushuaia. De cá partirei para Porto Willians (Chile) seguindo-se diversos canais e passagens até a ilha de Chiloe, numa distância de cerca de 1000 milhas.

Para terminar, digo-vos que para além do registo em livro, na Ilha de Horn, no Farol lá está a bandeira dos Açores, atestando que no dia 24 de Janeiro de 2008 um Português, natural das Ilhas Açores, navegando só, em seu veleiro, ali esteve!

Desde estas terras do Fim do Mundo,
Com um grande abraço !!!!
Genuíno Madruga

Até breve, Genuíno!

Santa Maria- Natureza pura- excelente vídeo

Ele há coisas na net que nem sonhamos e nos caem no colo quando menos esperamos. Este vídeo foi-me "oferecido" pelo meu filho Pedro que o encontrou na noite passada ao passar pelo YouTube. Partilho-o com os que aportam ao meu Mulheres de Atenas. O Autor é Pedro Arruda.

Parabéns ao Pedro Arruda pelo excelente trabalho


http://revver.com/video/598519/azores-pure-nature/


Abraços marienses

28 de janeiro de 2008

Tráfego aéreo de passageiros decresce em Dezembro

Notícia no Jornal diário online http://www.jornaldiario.com/


Tráfego aéreo de passageiros decresce em Dezembro
Passaram pelos aeroportos de Ponta Delgada, Santa Maria, Flores e Horta 74.592 passageiros em Dezembro último, menos 333 do que no mês anterior.
Os aeroportos da Região administrados pela ANA registaram, em Dezembro, um decréscimo no valor acumulado de passageiros (embarcados, desembarcados e em trânsito). O aeroporto que contribuiu para esta diminuição foi o de Ponta Delgada, com uma variação negativa de 3,2% (de 53.394 para 51.813).Pelo aeroporto de Santa Maria passaram, em Dezembro 9.984 passageiros; pela Horta 10.910; e pelas Flores 1.885.No que concerne ao número de voos, em Ponta Delgada verificou-se uma variação negativa de 0,1%, um tendência que já se vinha a registar.



O meu comentário:

Acho estranho que no mês em que os estudantes regressaram a casa para o Natal, e estes são em grande número, o número de passageiros tenha diminuido. Quer dizer que os Açores, nomeadamente o Grupo Oriental, não atrai turistas no Natal e Ano Novo. Há que procurar estratégias para fomentar o turismo nesssa época.

César sucede a César

Bom dia!

Que felicidade têm obrigação de sentir os Açorianos. Alegria quase comparável à que sente a Cristandade quando sai o fumo branco da chaminé da Capela Sistina indicando que o Colégio Episcopal encontrou consenso na eleição de um novo sucessor de Pedro.

Pois é o que vos digo, já há sucessor para César. Depois de muito ponderar, de muito contactar as cúpulas partidárias no continente César, finalmente, decide suceder a César. Mas estranhamente César não afirma no seu discurso de fumo branco que as cúpulas partidárias continentais estão solidárias com César mas que, e passo a citar o Açoriano Oriental “Por último, com esta candidatura a um novo mandato à liderança do partido na região, Carlos César pretende ajudar José Sócrates a vencer as legislativas de 2009 e reforçar a influência do PS/Açores nas autarquias do arquipélago.” Portanto César está solidário e apoia Sócrates e não o contrário. E eu que quando César foi a Lisboa pensava que ele tinha ido pôr-se em bicos de pés negociar, exigir solidariedade por parte de quem gere os nossos impostos de forma a que passem a ficar na região quantias mais significativas a bem do desenvolvimento.

E por falar em desenvolvimento, é este o desabafo de um amigo ao conversarmos sobre o anúncio da terceira recandidatura de César: “Esse César, é o tal que acha que o desenvolvimento dos Açores, passa por uma marina na Graciosa, um campo de golfe em Santa Maria e as Portas do Mar em Ponta Delgada. Um escândalo!
O que ele fez foi apenas colocar os milhões que lhe entraram de Bruxelas, numas estradinhas e outras obras de betão. Por que se ele não o tivesse feito, seria bem pior, por que lhe iam perguntar para onde tinha ido o dinheiro.”

Continuando a citar o Açoriano Oriental “Segundo disse, o primeiro objectivo passa pela renovação programática do partido, enquanto que o segundo consiste na “renovação dos recursos humanos que envolvem a direcção e gestão do PS/Açores e ao nível governativo”.

O terceiro propósito de Carlos César é “vencer as eleições regionais” de Outubro para o Parlamento açoriano.
Com conjugação destes objectivos, o líder dos socialistas açorianos, que chefia o Governo Regional desde 1996, pretende acentuar o “esforço e contributo para o desenvolvimento dos Açores”.
“Os próximos meses serão, por isso, de grande preocupação, no sentido de uma reflexão sobre os problemas dos Açores, as suas mais-valias e sobre aquilo que é preciso fazer melhor, com um grande envolvimento social”, afirmou”

Temos que concluir, mediante este último parágrafo que os Açores tem problemas, ou melhor, que César reconhece que os Açores têm problemas e que é preciso fazer melhor, eu acrescento que é preciso fazer muito melhor, mas mesmo muito melhor, mas, pelo trabalho realizado, até agora, pelo governo de César desconfio que ainda não será desta vez.

Claro que por mais que César faça renovações programáticas e de recursos humanos não alterará a visão que o PS Açores tem da região, nem a sua: de uma região cujo desenvolvimento privilegia algumas poucas das suas nove ilhas e cujo expoente máximo, para Santa Maria, é um Campo de Golfe de eficácia e futuro duvidosos.

Dizia um inglês depois de ter vivido algum tempo em Portugal ao regressar à Inglaterra que nós éramos um povo muito estranho pois tínhamos três horas diferentes: “O hore velhe, o hora nove e o ore porre”. Eu acho que nós Açorianos, também somos muito estranhos pois teremos no governo o mesmo partido liderado pelo mesmo César por mais quatro anos…se votarmos neles e o mais grave, ainda, é que César irá fazer o tudo por tudo para que Sócrates seja reeleito.

Um mal nunca vem só.

Abraços marienses
Árvore, 27 de Janeiro de 2008
Ana Loura

23 de janeiro de 2008

Vulcão dos Capelinhos- 50 anos- Sessão comemorativa na Casa dos Açores do Norte


Texto da responsabilidade do Sr. Presidente da Casa dos Açores do Norte Dr. José Rebelo e retirado do site da Casa

Fotos e vídeos da minha autoria
De notar a pouca qualidade dos vídeos pois não foram realizados com máquina de filmar apropriada.



Casa dos Açores do Norte - 19 de Janeiro de 2008
Esta Sessão Comemorativa dos 50 anos do Vulcão foi um sucesso, participada por várias dezenas de pessoas, que enchiam por completo a sala do rés do chão.

A Mestre de Cerimónias, a jovem associada Maria Manuel Rodrigues Cramês, deu sequência rigorosa a todos os momentos do extenso programa, fazendo as apresentações e orientando a sessão com eficácia e simpatia.

17H00 - Abertura da Sessão pelo Presidente da Direcção, Dr. José Manuel Tavares Rebelo
Em nome do Presidente acessante do CMCA, Régis Gomes (CAERGS), José Rebelo entregou a Paulo Alexandre Bettencourt Félix, o Diploma de "Produto Açoriano de Qualidade", com que a sua Fábrica de Queijadas da Graciosa foi distinguida durante a X Assembleia Geral do CMCA, reunida em Gravataí (RGS - Brasil), em Dezembro de 2007.





















O Presidente da Direcção fez o historial desta distinção desde 2000, como incentivo à indústria e ao artesanato das nossas ilhas. Paulo Félix recebeu emocionado a distinção, em seu nome e no de sua mãe, Maria Luísa Félix.

Apresentação do Livro, Medalha de Prestígio e Colecção de Selos do Vulcão dos Capelinhos, pelo Dr. João de Azevedo Castro, Presidente da Câmara Municipal da Horta, que se referiu detalhadamente às comemorações que estão a ser celebradas no continente português, Brasil, Canadá e Estados Unidos e às repercussões de carácter científico, cultural, económico e de mobilidade social resultantes da erupção.

Conferência pelo professor-doutor Fernando Noronha, Director do Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto intitulada "Por que são os Açores ilhas vulcânicas?". O professor Fernando de Noronha, em linguagem simples e com imagens esclarecedoras, falou da formação dos Açores, desde há 250 milhões de anos (data da formação da terra) até à criação das nossas ilhas vulcânicas. Falou do mineral "faialite", uma olivina só existente no Faial e dos diferentes recursos da energia geotérmica (que não só a produção de energia eléctrica).

Mostra de "bombas" do vulcão, pertencentes à colecção da Faculdade de Ciências.











Apresentação do filme "História de um Vulcão", da RTP/AÇORES, pelo seu realizador, José Serra. O realizador fez uma breve apresentação do filme por si realizado, filme que empolgou a assistência, entre os quais se encontravam muitos faialenses.





Em seguida a Directora Regional das Comunidades, Drª Alzira Silva, falou da sua satisfação por estar ali presente, elogiou o trabalho da CAN e fez a apresentação das três pessoas que receberam a Medalha de Prestígio do Vulcão, todas oriundas do Capelo: Dr. José Eduardo Garcia de Vargas, Drª Fernanda Dalila Pacheco de Faria e D. Margarida Rodrigues Cramês (ver biografias enm "Notícias" deste site).


Momento Musical - Canções Napolitanas e Árias de Ópera pelo tenor Rui Santos, acompanhado ao piano por Cristóvão Luiz. Dada a superior qualidade dos artistas, estes foram muito aplaudidos (ver Programa e Curricula destes artistas em "Notícias" deste site).













Entrega de Medalhas e Livros de Prestígio, pelo Presidente da Câmara Municipal da Horta, a Margarida Silva Rodrigues Bessa Cramês, Dr. José Eduardo Garcia de Vargas e Drª Fernanda Dalila Pacheco de Faria, todos oriundos do Capelo.

Pico de Honra e Prova de Queijadas da Graciosa.

A noite acabou com um jantar oferecido pela Direcção da CAN ao Presidente da Câmara da Horta, à Directora Regional das Comunidades, ao realizador José Serra e ao Professor Fernando de Noronha e esposa, num restaurante da cidade, com os membros dos Corpos Sociais e muitos associados.

Ver fotos deste acontecimento neste site. As fotos são da sócia ANA Loura.
Texto e colocação no site da responsabilidade de José Rebelo "

Em breve mais vídeos disponíveis

21 de janeiro de 2008

Cinema do Aeroporto

Foto "roubada" ao Comparar Santa Maria

Bom dia
Mais uma vez escrevo inspirada pelo que leio no Comparar Santa Maria o excelente e sempre atento Bog do meu querido amigo Marco Coelho. Noticiava ele a reabertura do Cinema do Aeroporto nos termos que passo a transcrever: Apesar de ser uma das salas mais antigas dos Açores, o cinema do aeroporto reabre as portas ao público já no próximo dia 18 de Janeiro. Agora equipada com um novo sistema de som – Digital DTS Surround – espero que esta sala de cinema, com capacidade para 500 lugares sentados, não volte a ser vítima da falta de público e continue ao serviço da ilha por muito tempo. Quanto aos preços dos bilhetes e não obstante das inovações, espero que os valores a serem fixados, não sejam motivo para ficarmos em casa."


Fiquei feliz com a notícia, o Cinema é uma das poucas infra-estruturas que restam das que os Americanos construíram: o Hotel já ardeu, o Ginásio foi demolido por falta de manutenção, as casas estão a cair de podres e já poucas restam para que se faça alguma história, o Asas está a ser gradualmente recuperado tendo uma das alas (a das salas de jogos) em muito mau estado e encerrada, o Clube ANA lá vai sendo recuperado e resistindo.


A sala de cinema do Aeroporto tem sido ao longo dos anos um pólo importante de cultura pois sendo a única sala, ou talvez a maior, onde se projectam filmes, se representa teatro, se fazem as grandes festas de Natal. Não esqueçamos que nas salas das casas do Povo também se fazem algumas das coisas que se fazem no Cinema do Aeroporto e algumas pessoas ainda se lembrarão de que onde estão os Supermercados Baptista, ou o que restam deles, era também uma sala de cinema que foi encerrada há uns 28 ou 29 anos e transformada depois em supermercado. Ainda me lembro de me ter sido referido isso na primeira vez que lá entrei e vi a janelinha por onde passava o fio de luz que depois ia colorir a tela branca com as imagens dos filmes.


Falar no Cinema do Aeroporto para mim e para muitos dos marienses e para os milhares que viveram em Santa Maria ao longo dos anos e aqui criaram os seus filhos é um "poço" de recordações pois foram muitos os filmes a que assisti, muitas as festas de Natal da ANA e depois da NAV a que acompanhei os meus filhos, deixando muitas vezes o bolo-rei a levedar, e aqui vem-me à memória o Pai Natal que o Luís Ribeiro tão bem vestiu durante tantos anos, o carinho com que ele pegava nas crianças para a fotografia da praxe.


No Cinema do Aeroporto assisti, filmei e fotografei muitas festas de Natal realizadas pela nossa escola em que participaram os meus filhos, ainda hoje lembro muitas das cantigas e estórias em que eles participaram " A minha boneca às vezes é má, mas boneca mais bela no mundo não há"; "Quem quer casar com a carochinha?", "Quem faz o Natal p’ra todos nós? São os amigos" encenado pelas professoras. São memórias de todos nós que transpiram as paredes daquela sala. O Clube ANA tem realizado um excelente trabalho de manutenção e melhoria das condições da sala com a ajuda monetária de diversas entidades. Não há muitos anos foram encenados e representados espectáculos de revista pelo grupo "Os Karolas" cuja receita (ou grande parte dela) reverteu em favor da melhoria do som, equipamento agora estreado. Tenho pena que entretanto "Os Karolas" tenham suspendido a sua actividade, ou se não suspenderam estejam a fazer um compasso de espera tão grande para encenarem novo trabalho. Tenho a certeza de que não será por falta de inspiração.


Parabéns ao Clube ANA, parabéns a Santa Maria por mais esta melhoria. Espero em breve assistir a um filme na sala do nosso Cinema com as novas condições técnicas. Espero apenas que não exagerem na intensidade do som que nalgumas salas aqui no continente transforma o prazer de assistir a um bom filme a um incómodo e quase se sai de lá surdo. Espero, também, que não pegue em Santa Maria a moda de se estar a assistir a um filme de pacote de pipocas na não e a boca cheia a mastigar ruidosamente e a incomodar quem quer estar com atenção e a ouvir os sons do filme.


Dos outros acontecimentos que foram notícia na última semana quero realçar a inauguração do Pavilhão Gimno-desportivo que inquestionavelmente vem criar, finalmente, condições para uma prática concertada do desporto em Santa Maria. Esperemos que a sua gestão seja feita no sentido da prática do desporto por todos, desde as crianças aos menos jovens.


Sobre o outro acontecimento, a inauguração da importantíssima estação espacial, espero que seja aquilo que foi anunciado com destaque na imprensa nacional: mais um pólo de desenvolvimento para Santa Maria e que as más línguas de entre elas eu não tenhamos razão em desconfiarmos de que fomos de novo comidos por parvos pois os postos de trabalho criados em Santa Maria serão pouco mais de que nenhum e seja mais uma vez S. Miguel a ter aquilo que por direito deveria ser nosso mas que por razões políticas ou outras não é.


Abraços marienses
Árvore, 21 de Janeiro de 2008
Ana Loura

14 de janeiro de 2008

"Com açúcar com afecto"




Bom dia!





Há dias em que nem apetece sair da cama quanto mais de casa. Tudo concorre para que tudo que façamos seja um fracasso. Nós próprios somos a imagem viva do fracasso. E é nesses dias que tudo de mau nos acontece: as coisas que pegamos escapam-se-nos das mãos, levitam por breves segundos e, de repente, estilhaçam-se aos nossos pés. Ficamos com cara de quem não entende, dizemos um impropério para aliviar a tensão e partimos para outra asneira anunciada pela nossa má disposição visceral. Diz Paulo Coelho que o universo conspira a favor do que desejamos, mas nessas alturas o universo conspira contra nós, contra o que desejamos…Ou será que bem no fundo a gente deseja mesmo escaqueirar o universo, tropeçar na pedra que não existe, cortar os dedos na faca que ainda ontem nem “cortava manteiga ao sol”? Que fujam da frente os que antes de adormecermos nos eram queridos, até a esses, embora os queiramos bem perto à mão de semear, é mesmo melhor reduzirem-se “à sombra da nossa sombra, à sombra da nossa mão, à sombra do nosso cão", mas que não nos deixem nunca, não saiam de perto pois precisamos de sentir as suas presenças, mas afastem-se também o suficiente de forma a não apanharem com os estilhaços das nossas fúrias inexplicáveis.





Há uns anos quando eu ficava assim alguém dizia que coitada da pobre…é de família, é que sofremos todas muito da tiróide e vai-se a ver e nas minhas análises os factores da tiróide estavam normais, despistada essa causa vinha a TSM, a abençoada Tensão Pré Menstrual que faz da mulher mais calma da face da terra a fera mais selvagem que leva a eito durante uns três dias por mês tudo o que lhe aparece à frente. Mas, vai-se a ver e afinal nem sempre era em dia de ter a TPM que era dia de não sair de casa. Depois é de manhã que nem apetece sair da cama e um dia vemos um filme em que a artistinha tinha um mau humor matinal exacerbado e o pobre do marido saia de fininho da cama, não fosse a esposa acordar, e preparava um pequeno almoço digno de ser servido pelo Room Service de um hotel de 5 estrelas, ia pé-ante-pé até à porta do quarto metia a bandeja na beira da cama e raspava-se antes que os ovos mexidos fossem acabar de cozer na testa dele. A dama espreguiçava-se, comia, mal-humorada, e passados minutos estava com um sorriso de orelha a orelha e o dia passava na maior das harmonias. Eu até gosto de comer o pequeno-almoço na cama, aliás a única forma que detesto comer o pequeno almoço é de pé encostada a um balcão qualquer, mas essa sorte é para quem a tem e eu lá vou comendo o pequeno almoço na cozinha ou na sala, quando o como. Dizem as minhas análises que tenho os níveis de açúcar muito baixos em jejum…afinal, Eureka, não é Tiróide, não é TPM, é mesmo a falta de um torrãozinho de açúcar que me adoce a vida e o sangue logo de manhã. Mas aí, de novo, a sorte é para quem a tem.



Enquanto a minha sorte não muda deixo-vos com um desabafo deixado por mim no blog Comparar Santa Maria e tem a ver com as inaugurações da Estação Espacial e do Pavilhão Gimnodesportivo que decorrerão, ao que parece no próximo dia 17:



entristece-me muito, mas mesmo muito, ser obrigada, pela realidade, concordar com o anónimo que diz "Dia 17, de hoje a uma semana, será de fanfarra, festa e folia na ilha do Sol." Excepto no que se refere ao Blog Mau tempo no jornal, um dos meus favoritos.



Revolta pensar e daqui a dias, constatar, que vai haver festa sem razão, ou quase sem haver razão para festejar... A estação é um embuste em termos de mais valias para Santa Maria, se houver alguém que lucre com ela não somos directamente nós. Aprecio as consequências a nível científico e divulgação da Ilha, mas nos benefícios directos para Santa Maria será 0X0. Quanto ao pavilhão para quê pompa na inauguração se mais não fazem do que nos dar aquilo a que temos direito e é pago com o dinheiro do Povo? Não tenho q agradecer para além daquilo que a minha boa educação manda, o que for para além disso é bajulação, lambe botas, bater palmas a si próprio como o poder gosta de fazer: campanha pré eleitoral.
Vamos contar quantos se irão deslocar à ilha, a expensas nossas, com o intuito único de aparecerem nos telejornais e serem vistos pelo povo...sempre rende uns votitos...e pode ser que na onda reparem as estradas do meio e de cima que servem a Urbanização ou quem sabe a malta compra um kilo de tomates...



Abraços marienses



Árvore, 13 de Janeiro de 2008



Ana Loura

7 de janeiro de 2008

Falências, desemprego, estratégias, ou falta delas


































Bom dia!

“Votos de que o novo ano seja para todos nós um ano de progresso, de realizações que desenvolvam Santa Maria e portanto nos dêem qualidade de vida que faça cada vez mais valer a pena viver cá.”

Assim rematei a crónica da semana passada e é um sincero voto de quem ama a ilha e os que nela vivem, mas tenho que confessar que é um voto um pouco fora da realidade. Os dias em que estive em casa foram atribulados, só saí de casa para tratar de assuntos urgentes e quase não olhei para o que toda a gente vê: que uma das lojas importantes na nossa frágil economia tinha encerrado definitivamente e outra está em vias de encerrar ambas por motivo de falência. Ao conversar com uma pessoa sobre o assunto veio à baila o mal que a instalação de lojas do tipo chinês tem feito ao nosso comércio tradicional, o único que temos. Sabemos que o nosso comércio, pelo menos algum, tem preços demasiado altos justificados, dizem os comerciantes, pelos preços dos transportes, sabemos que todos os consumidores de Santa Maria, presumem que à conta dessa justificação estaremos a ser explorados. Ficámos profundamente decepcionados com a decisão do Governo Regional em vedar a instalação de grandes superfícies nas ilhas pequenas com a justificação de que essa instalação “mataria” os pequenos comerciantes. Já aqui referi esta questão na crónica do dia 19 de Novembro falando da minha revolta de consumidora face a ter de alimentar um comércio que de alguma forma me explora. Mas, tudo tem a outra face. Neste momento é com mágoa que vejo algumas pessoas que conheço passarem a uma situação de desemprego e num dos casos um casal. É que uma coisa é vermos na televisão o que acontece na terra dos outros e ficarmos com pena outra é vermos com os nossos olhos a desolação a bater à porta de quem nos é próximo.

Nada me move contra o comércio realizado pelas lojas dos chineses, entendo que pessoas de mais fracos recursos recorram a ele para se abastecerem a baixo custo e muitas das vezes a baixa qualidade (Estão os produtos vendidos nas lojas ditas dos chineses abrangidos pela lei que rege as garantias de qualidade?), apenas não entendo como que em nome da defesa dos pequenos comerciantes não se deixe instalar comércio onde a qualidade dos produtos é assegurada com garantias legais, os produtos na sua maioria se não são portugueses são produzidos na União de que fazemos parte ou importada de países com quem temos acordos comerciais e pagam impostos e se permite a instalação de comercio ao qual o Governo Português isenta de impostos durante, creio, que cinco anos e a quem o governo do país de origem paga as rendas dos espaços onde se instalam.

Agora pergunto: Quem defende os trabalhadores que ficaram, agora, no desemprego? Que medidas tomou ou tomam a Câmara do Comércio, a Câmara Municipal? Que estratégias criaram os nossos comerciantes para se defenderem da concorrência, que eu acho desleal pelos incentivos criados pelo Governo Português através da isenção de Impostos à instalação das lojas de comércio chinês?

Estes trabalhadores devem ter tido um Natal bem amargo. Para eles vai um abraço e votos de dias melhores. Santa Maria tem problemas de desenvolvimento, económicos e outros que são graves. Não há estratégias. Penso que o campo de golfe não seja estratégia de desenvolvimento, é desenquadrado, é assim como que uma coisa fora de qualquer contexto. Temos que ter esperança numa ilha melhor e mais desenvolvida, mas…a tristeza e a desolação são muito para além de qualquer esperança.

Abraço (triste) mariense

Árvore, 7 de Janeiro de 2008

Ana Loura