Perdi a noção de há quanto tempo não escrevo o que penso e sinto em jeito de crónica. Não é bem assim afinal, tenho alguns textos começados, ideias alinhavadas. Mas, apenas isso. A falta do prazo semanal para ter a crónica pronta a ser lida a cada Segunda de manhã aos microfones do Asas, a tal dead line instigadora do tem que ser, vamos a isso que é quase meia-noite e ainda nem sei sobre o que irei escrever, deu nisso: em nada…Nutro admiração profunda por quem alimenta blogs diáriamente, pelo Samuel Quedas, por exemplo, que com disciplina se “obriga” a diariamente ou quase a ter um post novo nos seu Cantigueiro. Sei muito bem que o ir espreitar um blog é um hábito criado pela espectativa da novidade, pela quase certeza do interesse do que irá ser encontrado, lido. Mas pronto, deixei de escrever, apenas quase só isso, por várias razões ou talvez nenhuma em que a alteração de grelha de emissão do Asas que nunca ocorreu provocando a suspensão da Crónica do Dia, cujo único cronista sobrevivente dos quatro iniciais fui eu, justificou.
Há dias, numa ida a reunião do Partido a São Miguel, comprei um catálogo de uma exposição de fotografias de Eduardo Gageiro sobre o 25 de Abril editado pela Editorial Avante. O catálogo tem para cada foto um pequeno texto de escritores portugueses. Folheei-o, passei os olhos, senti uma imensa saudade do que já perdemos ou nos roubaram de Abril, do que poderia ter ainda mais sido, do que falta cumprir. Por coincidência ou não, li mais devagar o texto de Manuel Pina, por coincidência, ou talvez não, o Pedro, meu filho, telefonou nesse momento a perguntar se eu conheço Manuel Pina, claro que conheço, não leio o Notícias amiúde, em tempos era o jornal que era lido diariamente em casa dos meus pais, agora apenas ao fim de semana, mas quando o leio a pequena crónica é leitura "obrigatória". Vai ser lançado um livro dele na escola, o meu "sôtor" de Filosofia falou-me, vais comigo?
Claro que vou...e fui...à apresentação do livro Por outras palavras e mais crónicas de jornal de Manuel António Pina na Escola Soares dos Reis, antologia seleccionada e organizada por João Sousa Dias.
Manuel António Pina é um conversador, as palavras têm estórias e história por dentro. Sabe tão bem ouvi-lo e o tempo se passa, e passa, não damos por isso.
Revi-me em muito do que disse sobre o fazer das suas crónicas, nos temas que o olhar a vida torna urgente as letras surgirem uma a uma digitadas na tela do computador.
Depois nos autógrafos a conversa continuou com cada um dos que desejaram que Pina "autententicasse" a autoria do livro.
O "s'tor" de Filosofia do meu filho, Sousa Dias, foi o responsável pela selecção de 244 crónicas editadas neste livro das mais de 2000 crónicas escritas pelo autor depois da edição da primeira colectânea O Anacronista. Comprei o livro, que ofereci ao meu filho. Ando a lê-lo devagar, a saboreá-lo e de repente fiquei com saudades de escrever, de ler as minhas crónicas ao microfone do Asas rematando-as com o meu
Revi-me em muito do que disse sobre o fazer das suas crónicas, nos temas que o olhar a vida torna urgente as letras surgirem uma a uma digitadas na tela do computador.
Depois nos autógrafos a conversa continuou com cada um dos que desejaram que Pina "autententicasse" a autoria do livro.
O "s'tor" de Filosofia do meu filho, Sousa Dias, foi o responsável pela selecção de 244 crónicas editadas neste livro das mais de 2000 crónicas escritas pelo autor depois da edição da primeira colectânea O Anacronista. Comprei o livro, que ofereci ao meu filho. Ando a lê-lo devagar, a saboreá-lo e de repente fiquei com saudades de escrever, de ler as minhas crónicas ao microfone do Asas rematando-as com o meu
Abraço mariense
Ana Loura
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