27 de junho de 2006

Vivó!!!!!!








Bom dia!

"Os Impérios do Divino Espírito Santo são um dos traços mais marcantes da identidade açoriana, constituindo um culto que para além de marcar o quotidiano insular, determina traços identitários que acompanham os açorianos para todos os lugares onde a emigração os levou. Para além dos Açores, o culto está hoje bem vivo no Brasil (para onde foi levado há três séculos) e na América do Norte.
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Origem e expansão do culto:Sobre as origens do culto e dos rituais utilizados, pouco se sabe. A corrente dominante filia o culto açoriano ao Divino Espírito Santo nas celebrações introduzidas em Portugal pela Rainha Santa Isabel, que por sua vez as teria trazido do seu Aragão natal. De facto existem notícias seguras da existência do culto nos séculos XIV e XV em Portugal. O seu centro principal parece ter sido em torno de Tomar (a Festa dos Tabuleiros parece ter aí raiz), localidade que era sede do priorado da Ordem de Cristo, a que foi confiada a tutela espiritual das novas terras, incluindo dos Açores.
As novas colónias, de início subordinado directamente ao prior de Tomar, e depois ao arcebispado do Funchal e ao novo bispado de Angra, estavam sobre a orientação religiosa da Ordem, a quem competia a nomeação do clero e a supervisão do seu desenvolvimento religioso.
Neste contexto, as referências ao culto do Espírito Santo aparecem muito cedo e de forma generalizada em todo o arquipélago, já que Gaspar Frutuoso, escrevendo cerca de 150 anos após o início do povoamento, já o menciona, indicando ser comum a todas as ilhas. Tal expansão apenas seria possível se contasse com a tolerância, ou mesmo o incentivo, da Ordem de Cristo. Também as referências a festejos feitas nas Constituições Sinodais de Angra, aprovadas em 1559 pelo bispo D. João Pimenta de Abreu, demonstram que naquela altura já eram matéria a merecer a atenção da autoridade episcopal.
Tendo em conta que os povoadores vieram de múltiplas origens, desde o norte ao sul de Portugal, e ainda da Flandres e outras regiões europeias, o que aliás está bem patente na diversidade dos falares açorianos e das tradições e costumes das ilhas, e que excluindo a diocese, não existia no temporal qualquer forma de governo comum, a existência de um culto unificador, comum a todo o arquipélago, e com existência em fase tão precoce do povoamento, parece demonstrar que terá existido uma clara intenção e coordenação na sua introdução. Admitindo tal facto, não resta senão a presença franciscana como explicação para a propagação do culto e como veículo de introdução das doutrinas joaquimitas.
A existência de Irmandades do Divino Espírito Santo é já generalizada no século XVI. O primeiro hospital criado nos Açores (1498), a cargo da Santa Casa da Misericórdia de Angra, recebe a designação, ainda hoje mantida, de Hospital do Santo Espírito. A distribuição de carne e os bodos eram também já comuns em meados do século XVI.
A partir daí, e particularmente após o início do século XVIII, o culto do Divino Espírito Santo assume-se como um dos traços centrais da açorianidade, sendo o verdadeiro traço cultural unificador das populações das diversas ilhas. Com a imigração açoriana o culto é levado para o Brasil, onde já no século XVIII existia no Rio de Janeiro, na Baía e nas zonas de colonização açoriana de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Pernambuco. No século XIX é levado para o Hawaii, para o Massachussets e para a Califórnia.
Hoje o culto açoriano do Divino Espírito Santo e stá em claro crescimento, tanto nos Açores como nas zonas de imigração açoriana, nomeadamente as costas leste e oeste dos Estados Unidos e a Província do Ontário, Canadá. Com o renascer da identidade açoriana no sul do Brasil, os festejos do Divino revigoraram-se também aí."
In: Wikipédia
Esta tradição tem, em cada ilha, peculiaridades. Em quase todas os Impérios são realizados por irmandades. Em Santa Maria, os Impérios são realizados para "pagamento" de promessas e são abertos a toda a população e aos visitantes. São distribuidas saborosa sopa de carne de vaca em sopas de pão caseiro cozidas em caldeiros de ferro e a fogo de lenha, vinho de cheiro (cada vez mais raro), Pão da mesa, Rosca, Pão leve (Pão de Ló) e Massa sovada. O dinheiro para a realização da função é obtido através de peditórios e de ofertas resultantes de promessas.
Os símbolos do Espírito Santo são o Estandarte, a Coroa e o Septro simbolos de realeza.
Ontem, fui pela primeira vez a um Império, este ano. Regressei, Sábado à ilha. Não regressei hoje, mas sim Sábado, porque não queria perder a hipótese ir ao Império, de matar saudades. Estas vivências fazem parte da minha vida e são demasiado importantes para que eu as perca.
Mais uma vez me emocionou o irmanar que é um Império, o encontrar-me à mesma mesa com amigos e desconhecidos, o partilharmos da mesma comida que tantas mãos tornaram possível e para as quais eu sempre peço a Benção de Deus. Ergo sempre a minha voz em resposta aos Vivas que se dão no fim dessa refeição de partilha com o meu Vivó.
Viva o Espírito Santo!!!
Vivó!!!!
Abraços marienses
Santa Maria, 19 de Junho de 2006
Ana Loura

1 comentário:

angelaloura disse...

Com muita pena minha já não vou ao império das crianças há 3 anos... Tenho saudades