18 de setembro de 2006

RIAC-descentralização-passaportes



Bom dia!

Na pagina da Internet de apresentação do RIAC (Rede Integrada de Apoioao Cidadão) pode ser lido:

“Tendo em consideração a realidade geográfica e populacional do arquipélago dos Açores, foi assumida uma aposta na criação de um projecto que conjugasse as especificidades da Região, nomeadamente a realidade arquipelágica caracterizada pela descontinuidade geográfica, e os critérios de excelência prestados pela Loja do Cidadão, o qual se denominou de Rede Integrada de Apoio ao Cidadão - RIAC.”


Eu vou contar a minha experiência com o RIAC: já há bastante tempo andava com a ideia de tirar o passaporte e agora que me "mudei" queria mesmo era ter um passaporte açoriano, pedido em Santa Maria, manias de quem parte ficando. Vai daí, na véspera de sair, na última vez que estive em casa, fui cedinho a Câmara Municipal, pensei eu que o RIAC funcionaria lá, saber o que precisava para ter tempo de tratar de tudo. Fui informada que o RIAC estava a funcionar em Santo Espírito. Perguntei se me podiam informar se era preciso levar foto...que sim senhora era preciso. Lá fui eu na corrida tirar a foto da praxe que afinal e muito logicamente afinal não era precisa pois o processo é todo digital. Eu, que sou burra velha, telefonei para o RIAC 800500501 (número verde) a saber se poderia ir à confiança tratar do passaporte a Santo Espírito, pois era o primeiro dia e eu, por embarcar no dia seguinte de madrugada, tinha os minutos contados e não queria ser surpreendida com o facto de ir em vão. Responderam que sim senhora, a Senhora pode ir que está tudo ok. Lá fui eu a ultrapassar os limites de velocidade permitidos pela lei (ai que me vão crucificar...) e chego lá e...o sistema em baixo "Dona Ana desculpe...mas vai ter que voltar mais tarde", mas mais tarde quando? Ai Nossa Senhora que eu queria tanto ter um passaporte mariense...será que vou ter tempo de cá voltar? Que remédio...lá desço eu os picos depressinha mas cautelosa que as curvas são mais que muitas e, entretanto, tinha eu parado para comprar duas garrafinhas de abafadinho, ainda não o provei, quando toca o telemóvel e diz-me a mesma menina (que me tinha garantido que poderia ir a S. Espírito à confiança) que o sistema tinha recuperado e que poderia voltar ao Posto de atendimento do RIAC. Hora do almoço, coisas urgentes a ultimar, penso eu, vou logo depois do almoço. Dito e feito...lá fui eu de novo na esgalha...e...o sistema em baixo, a Patrícia da "cantina" à espera também...tinha metido dispensa para poder tratar do seu passaporte e pedido um carro emprestado. Viemos sem termos conseguido tratar do tão desejado cartãozinho que nos irá permitir viajar para países extra Europa dos 25. Acabei por tratar do assunto em Ponta Delgada. Tenho um passaporte açoriano...tirado no centro da Cidade de Ponta Delgada nos antigos serviços que sempre trataram disso. Em S Miguel, Ponta Delgada, o Passaporte pode ser "tirado" no sítio de sempre o que me faz questionar só o seguinte: porque em S. Miguel mantiveram os passaportes nos serviços antigos, para além de poderem ser tratados nos Postos de Atendimento entretanto criados e em Santa Maria não foi adoptado o mesmo critério? Somos ou não ilhas do tal valor merecendo a descentralização, é certo, mas merecendo, também, ter cópia das coisas boas que tem as ilhas que não o são têm? Aliás é esse o conceito que está subjacente à criação das ilhas da coesão ou valor, terem facilidades que lhe proporcionem qualidade de vida "aproximada" à qualidade de vida das ilhas mais desenvolvidas. Descentralizar, sim, mas descomplicar, também. Concordo com a adopção da ideia sugerida de dois postos, o de Santo Espírito e outro mais "cá em baixo" com abertura em dias alternados. É certo que teriam de investir numa máquina e num computador e numa linha da rede de Internet, mas o que são estes gastos comparados com outros mais vultuosos e menos necessários?
abraços marienses, meus que vivo morrendo de saudades.


Azurara, 18 de Setembro de 2006

Ana Loura

5 comentários:

Anónimo disse...

Ola Ana.
Com todo o respeito e admiraçao e coragem que tenho da forma como defendes as tuas ideias gostava de te perguntar se na area onde vives agora tens um espaço onde possas tratar do teu passaporte a menos de 14 KM??
afinal 14 Km nao e nada ...
Bjinhos

Anónimo disse...

Olá, Ana!
Com que então subir e descer os picos e nada feito. Acabaste por ficar com um passaporte "japonês" que é coisa que alguns marienses não gostam. Digo isto a brincar porque, em tempos, era aquela luta desigual que se travava entre ilhas. Hoje com os avanços tecnológicos nada disto era de esperar, mas são ossos do ofício. Li algures por aqui a discussão do facto de se ter instalado o posto em Santo Espírito. Não foi má ideia só que com a mania das poupanças esqueceram -se de V. Porto. Aqui em S. Miguel também a novidade começou pelas Capelas. Teve um início semelhante, mas já rola. Tenham paciência porque às vezes não é da máquina nem da operadora é o "sistema". E, como isto de bola já está a enjoar qualquer dia será melhor prepararmo-nos com passaportes para irmos dar uma curva para bem longe.Continuamos no Portugal dos Pequeninos. Levemos isto na boa porque mais modernidades chegarão à ilha e... nessa altura havemos de entrar e sair sem cartão, bastará pormos a pontinha do dedo indicador e se a luzinha se acender ( bolinha V ou V ...)fica ou parte.
Boa noite, continua...

Ana Loura disse...

Olá, Rui

É...o meu coração, ainda bate, ao ritmo e às distâcias da ILHA. Mas eu tenho sorte, vivo a uns 500 metros do local onde, cá, de trata desses assuntos. A questão essencial, quanto a mim, não é a distância, mas sim a diversidade de critérios: Em S Miguel foi mantido o serviço na repartição onde sempre esteve para além de terem sido criados Postos de Atendimentoem nalgumas freguesias. Acho que a criação do RIAC foi um passo muito importante para que muitos serviços se aproximassem das populações periféricas, para a descentralização, mas extinguir os existentes, é que me parece uma decisão menos boa, como o que aconteceu em Santa Maria.

E as fotos que me prometeste?

Se souberes de alguém que filme "Os Escravos da Cadeinha" arranja-me uma cópia

Vê se me sabes quantas entradas foram vendidas para a Maré, quantos interjóvens, enfim, as estatísticas do costume.

Beijinho

Ana Loura disse...

Anónimo
Obrigada pela tua visita
Como poderás ler no que disse ao Rui eu concordo com a descentralização. Só não concordo que tenham extinguido o serviço que funcionava na Câmara Municipal. Como sabes, acabei por tirar o meu japonezinho nos serviços que funcionam e sempre funcionaram no centro de Ponta Delgada ali para os lados do Largo Dois de Março.

Beijinho e...volta sempre

Anónimo disse...

Sou da mesma opinião. Sendo a RIAC de Santo Espírito tão longe de Vila do Porto, penso que das duas uma: ou não extinguiam o serviço da Câmara Municipal, adquirindo equipamento adequado para fazer os pedidos de passaporte, ou montavam um posto da RIAC em Vila do Porto.