Hoje a Crónica tomou uma forma diferente: parte do texto, os poemas, está inserido em fotografias (da minha autoria). Clicando nelas aumentamos o tamanho e lemos melhor os poemas.
Bom dia!
- O que queres dizer quando dizes que tens saudades?”
Foi rápida a resposta, pois são tantas as saudades que sinto.
“Saudade é sentir falta”.
- É uma dor que se sente na alma? Embora não saibamos, bem, onde fica a alma… quando se pensa…
Diz no Dicionário Geral e Analógico da Língua Portuguesa de Artur Bívar: que saudade é “Pesar pela ausência de alguém que nos é querido; Lembrança triste e suave de pessoas ou coisas ausentes ou extintas”
“Não se morre de saudade”, mas definha-se, ou engorda-se, dependendo da forma como reagimos à dor da ausência.
Há quem se consuma na saudade, morra um pouco a cada dia de ausência, a cada recordação, a cada objecto que traz a imagem, a voz, os gestos do ente que partiu. Há, por outro lado, aqueles a quem a memória do que partiu alimenta o tal sentimento”triste, mas suave”, faz valer a pena cada amanhecer, faz sorrir a cada imagem, cada som, cada cheiro que faz não se desvanecer, nunca, a presença do ausente.
- O que queres dizer quando dizes que tens saudades?”
Foi rápida a resposta, pois são tantas as saudades que sinto.
“Saudade é sentir falta”.
- É uma dor que se sente na alma? Embora não saibamos, bem, onde fica a alma… quando se pensa…
Diz no Dicionário Geral e Analógico da Língua Portuguesa de Artur Bívar: que saudade é “Pesar pela ausência de alguém que nos é querido; Lembrança triste e suave de pessoas ou coisas ausentes ou extintas”
“Não se morre de saudade”, mas definha-se, ou engorda-se, dependendo da forma como reagimos à dor da ausência.
Há quem se consuma na saudade, morra um pouco a cada dia de ausência, a cada recordação, a cada objecto que traz a imagem, a voz, os gestos do ente que partiu. Há, por outro lado, aqueles a quem a memória do que partiu alimenta o tal sentimento”triste, mas suave”, faz valer a pena cada amanhecer, faz sorrir a cada imagem, cada som, cada cheiro que faz não se desvanecer, nunca, a presença do ausente.
Por vezes nem é preciso a pessoa ter-se afastado muito fisicamente, nada pior do que a “saudade de quem está perto”.
Há a saudade que temos de quem morreu e cuja presença sentimos na folhagem que treme a passagem da brisa. Há a saudade de quem partiu mas cuja esperança ou desejo de que volte nos faz o coração saltar, a respiração parar ao toque de um telefone, ao abrir de uma porta.
Dizem os que não têm mais nada de “inteligente” a dizer que a saudade é um sentimento, exclusivamente, português. Nunca entendi muito bem esta afirmação, pois qualquer ser humano, normal, sente a falta dos que ama e por qualquer razão a vida fez partir. Existem diversos trabalhos que se debruçam sobre esta questão, no âmbito filosófico e linguístico e, felizmente, as teorias mais recentes afirmam a universalidade do sentimento, que em português é chamado de saudade.
Em Inglês o “I miss you” não implica saudade? Que dizer do poema francês “Je suis malade”? “Já não sonho, já não fumo, até já nem tenho historia. Sem ti eu sou feio, sou como um órfão num dormitório. Já não tenho vontade de viver, a minha vida acaba quando partes”. E mais adiante “Eu fico doente, completamente doente, como quando a minha mãe saia à noite e me deixava sozinho com o meu desespero” Haverá grito de saudade mais pungente do que o contido nesse poema?
A palavra saudade tem inspirado páginas de literatura portuguesa de superior qualidade, poesias fantásticas foram escritas quer na forma erudita que na popular. Alguns exemplos:
A quadra da cantiga popular açoriana Tirana:
A quadra da cantiga popular açoriana Tirana:
Ou a velha canção imortalizada por Maria de Fátima Bravo
A grande Poetisa Florbela Espanca escreveu:
Saudades
E, finalmente, de Afonso Lopes Vieira
Abraços marienses
Azurara, 15 de Janeiro de 2007
Ana Loura
3 comentários:
Fiquei quase deprimido... ai a nossa terrinha =(
Um pouco diferente...não foi dito que o sentimento era exclusivo dos portugueses o que seria não praticável,mas sim que a palavra SAUDADE APENAS EXISTENTE NA LINGUA PORTUGUESA era a única que dava intensidade suficiente ao sentimento que aflige cada um dos humanos,onde quer que estejam.
Sim, foi dito muitas vezes que a palavra não existia noutras línguas porque o sentimento que ela exprimia não existia da mesma maneira nas outras culturas. Basta ler Teixeira de Pascoaes e António Quadros. Mas não foram só eles.
onésimo
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