Bom dia,
Recebi há dias uma mensagem no meu telemóvel a alertar-me para o facto do último número da revista Visão trazer uma reportagem sobre os Açores. Confesso que sou leitora eventual desta ou de outras revistas, compro se na capa há algum título apelativo. Foi o caso. “Açores terra de futuro” em letras gordas, tendo como fundo uma cascata, uma menina loira. Uma caixinha vermelha com a palavra especial sugeria um artigo grande e com a profundidade suficiente para dar uma ideia exacta do estado do arquipélago, já que a palavras escrita com os caracteres maiores, AÇORES, sugere que o artigo reflicta sobre todo o arquipélago. Lá comprei a revista que folheei de imediato para ter uma ideia global sobre o tipo de abordagem feita e em que medida a minha Ilha era falada. Bom, o resultado não foi animador, nessa vista de olhos nem uma vez aparece o nome mágico. Ora bolas…vamos ler, depois, com calma. Chego a casa e pouso a revista para pegar nela numa melhor oportunidade para uma leitura atenta “de rabo a cabo”, é que eu costumo folhear as revistas do fim para o princípio. E esta oportunidade foi hoje, depois de um Domingo passado com os meus Pais e os meus dois filhos que estão deste lado da vida.
Ora vamos lá ler a visão que a Visão tem do arquipélago. Vejamos, então: começa pela referência a uma frase de Raul Brandão, nada de novo, quase todos o fazem, depois dá a perspectiva da chegada a S. Miguel, do trajecto Aeroporto/Cidade e para ilustrar a sua perspectiva de desenvolvimento da ilha diz que “do centro da capital açoriana, dificilmente se avistam as colinas verdes de que falava Raul Brandão, tal é o número de prédios e gruas que escondem o horizonte.” Acho esta afirmação exagerada e ainda bem que o é. Felizmente, apesar do chamado progresso, ainda se vêm bem as belíssimas colinas cobertas do verde matizado que tanto caracterizam a paisagem micaelense. Mas voltemos ao artigo. Depois de considerações de carácter económico, produto interno bruto, desemprego que diz ser o de menor índice a nível nacional, energias alternativas (hídrica e geotérmica nas quais a Região é pioneira), declarações do Presidente Carlos César que diz, e muito bem que somos uma região tranquila, mas sem assumirmos posições políticas conflituosas e a leitura que faço desta afirmação é de que as relações institucionais entre Açores e o Poder Central são mornas, pouco reivindicativas e não creio que isso abone muito em favor do nosso Governo, mas isso “são outros quinhentos”, o articulista passeia-se por mais duas ilhas dos Açores: Faial e Pico, dando nota de empresas recentes na área do turismo rural, ciências do Mar, webdesigne, construção de embarcações de pesca, whale watching. Refere, em pé de conversa com a Secretária do Ambiente, que 13% do arquipélago são áreas protegidas em termos ambientais, mas só fala das recentemente protegidas do Corvo e da Graciosa. Faz um balanço do fluxo turístico nos últimos meses e ao acréscimo de turistas nacionais provocado pela emissão pela TVI da novela filmada em S. Miguel (altamente subsidiada pelo Governo Regional e pelo Grupo SATA). Passa depois a referir os projectos de turismo rural, na ilha do Pico, e projectos de turismo de luxo em S. Miguel que inclui um hotel cinco estrelas, o Casino, um Centro Comercial de grandes dimensões que inclui uma sala de espectáculos; os projectos de campos de Golf do Grupo Madeirense Siram, em S Miguel e Faial. Santa Maria não é referida. A questão do não regresso dos jovens que se licenciam no continente também é referida, esta sim, uma questão comum às nove ilhas, essa e o precoce abandono escolar.
Recebi há dias uma mensagem no meu telemóvel a alertar-me para o facto do último número da revista Visão trazer uma reportagem sobre os Açores. Confesso que sou leitora eventual desta ou de outras revistas, compro se na capa há algum título apelativo. Foi o caso. “Açores terra de futuro” em letras gordas, tendo como fundo uma cascata, uma menina loira. Uma caixinha vermelha com a palavra especial sugeria um artigo grande e com a profundidade suficiente para dar uma ideia exacta do estado do arquipélago, já que a palavras escrita com os caracteres maiores, AÇORES, sugere que o artigo reflicta sobre todo o arquipélago. Lá comprei a revista que folheei de imediato para ter uma ideia global sobre o tipo de abordagem feita e em que medida a minha Ilha era falada. Bom, o resultado não foi animador, nessa vista de olhos nem uma vez aparece o nome mágico. Ora bolas…vamos ler, depois, com calma. Chego a casa e pouso a revista para pegar nela numa melhor oportunidade para uma leitura atenta “de rabo a cabo”, é que eu costumo folhear as revistas do fim para o princípio. E esta oportunidade foi hoje, depois de um Domingo passado com os meus Pais e os meus dois filhos que estão deste lado da vida.
Ora vamos lá ler a visão que a Visão tem do arquipélago. Vejamos, então: começa pela referência a uma frase de Raul Brandão, nada de novo, quase todos o fazem, depois dá a perspectiva da chegada a S. Miguel, do trajecto Aeroporto/Cidade e para ilustrar a sua perspectiva de desenvolvimento da ilha diz que “do centro da capital açoriana, dificilmente se avistam as colinas verdes de que falava Raul Brandão, tal é o número de prédios e gruas que escondem o horizonte.” Acho esta afirmação exagerada e ainda bem que o é. Felizmente, apesar do chamado progresso, ainda se vêm bem as belíssimas colinas cobertas do verde matizado que tanto caracterizam a paisagem micaelense. Mas voltemos ao artigo. Depois de considerações de carácter económico, produto interno bruto, desemprego que diz ser o de menor índice a nível nacional, energias alternativas (hídrica e geotérmica nas quais a Região é pioneira), declarações do Presidente Carlos César que diz, e muito bem que somos uma região tranquila, mas sem assumirmos posições políticas conflituosas e a leitura que faço desta afirmação é de que as relações institucionais entre Açores e o Poder Central são mornas, pouco reivindicativas e não creio que isso abone muito em favor do nosso Governo, mas isso “são outros quinhentos”, o articulista passeia-se por mais duas ilhas dos Açores: Faial e Pico, dando nota de empresas recentes na área do turismo rural, ciências do Mar, webdesigne, construção de embarcações de pesca, whale watching. Refere, em pé de conversa com a Secretária do Ambiente, que 13% do arquipélago são áreas protegidas em termos ambientais, mas só fala das recentemente protegidas do Corvo e da Graciosa. Faz um balanço do fluxo turístico nos últimos meses e ao acréscimo de turistas nacionais provocado pela emissão pela TVI da novela filmada em S. Miguel (altamente subsidiada pelo Governo Regional e pelo Grupo SATA). Passa depois a referir os projectos de turismo rural, na ilha do Pico, e projectos de turismo de luxo em S. Miguel que inclui um hotel cinco estrelas, o Casino, um Centro Comercial de grandes dimensões que inclui uma sala de espectáculos; os projectos de campos de Golf do Grupo Madeirense Siram, em S Miguel e Faial. Santa Maria não é referida. A questão do não regresso dos jovens que se licenciam no continente também é referida, esta sim, uma questão comum às nove ilhas, essa e o precoce abandono escolar.
Um artigo de onze páginas, quatro delas quase apenas com fotografias, diga-se de grande beleza e qualidade. O balanço do artigo é apenas um: INCOMPLETO, pois se limita a falar em três das nove ilhas que compõem o arquipélago, não fala da diferença gigantesca de investimento e desenvolvimento entre São Miguel (principalmente) e as restantes ilhas; não fala que não há uma política de desenvolvimento harmónico e equilibrado, que as ilhas mais pequenas e menos desenvolvidas continuam a ficar esquecidas nas estratégias e políticas de desenvolvimento do Governo Regional, que os Municípios estão para o Governo Regional na mesma medida em que o Governo Regional está para o da República, não têm atitudes reivindicativas, “Sem assumirem posições políticas conflituosas” e que por isso não passamos da cepa torta.
Conclusão, o título que faz a capa da Visão edição 761 é pomposo e irrealista pois toma a parte de S. Miguel como se fosse o todo do Arquipélago.
Abraços marienses
Arvore, 8 de Outubro de 2007
Ana Loura
Conclusão, o título que faz a capa da Visão edição 761 é pomposo e irrealista pois toma a parte de S. Miguel como se fosse o todo do Arquipélago.
Abraços marienses
Arvore, 8 de Outubro de 2007
Ana Loura
5 comentários:
Depois de ter lido o artigo é q cheguei à mesma conclusão...
MAS ONDE ESTÁ A MINHA ILHA ??
POMPOSO E IRREALISTA--3 em 9 realmente é pouco...
Tens carradas de razão...nem as mulheres de Atenas lhes podem valer.
...Eu até diria ainda mais "o Pauleta é micaelense e o Farfalha é Açoreano".
É de arder.
Abraços para todos.
Olá Amiga, foi precisamente à conclusão que cheguei quando li o artigo(confesso que comprei a revista a pensar em ti,rs), mas realmente achei o artigo e como tu bastante incompleto.
Jinhos.
Adorei mais uma vez andar pelo teu espaço.
Incompleto sim, mas é postivo para os Açores em geral, pelo destaque que dá à nossa Região. As ilhas pequenas, como a paradisíaca Santa Maria, que adoro (conquanto micaelense) necessitam dum turismo direccionado. JoeRebelo
Pois, admiras-te que os média procedam assim?? eu já não m'espanta !!! pergunto-me se não foi sempre assim que as coisas aconteceram?? Podem passar os anos, podem mudar-se os tempos e os novos saberes mas os interesses esses nunca mudam... Agora mesmo vem o nosso Presidente da Répública de visita aos Açores e quantas Ilhas tocou?? as mesmas ,só ficando a promessa de até final da legislatura (dele) visitar as restantes Ilhas !!!! e alguém acredita nisso??? portanto Ana quem se importa com o resto ???mesmo tendo à sua disposição os meios necessários (Avião) nem mesmo assim houve tempo para mais... Também outros Politicos de não menos importância se deslocaram aos Açores e ficaram-se pelas Ilhas do Faial ou Pico - bem cada um procura o prestigio ou outro qualquer interesse que mais lhe convém ... e tolos somos nós que comodamente não damos ou não queremos dar por nada ...
L.A.
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