19 de novembro de 2008

Quando for grande...


Em determinado mural está escrito: “O meu sonho de criança: Quando for grande quero trabalhar na ANA (agora ANA e NAV)”

Centenas de crianças ao longo destes cinquenta anos acalentaram este sonho. Umas realizaram-no, outras nem por isso.

A ANA, até há muito poucos anos era uma empresa especial, diferente, em Santa Maria. Comparável, apenas, com a Base das Lajes na Praia da Vitória, Ilha Terceira. A ANA era para muitos a diferença entre ter brinquedos no Natal entregues em festa realizada no Atlântida Cine com filme de desenhos animados, palhaços e não ter nada. Era a escola do Aeroporto onde cresciam e aprendiam as crianças que enchiam os jardins interiores dos Bairros de Santa Bárbara, São Lourenço, as ruas dos bairros das companhias, dos bairros das elites (de pedra e cal, estes), brincavam no Parque infantil. O Aeroporto de Santa Maria era uma realidade fora de qualquer realidade. Crescer no aeroporto era crescer num mundo diferente dentro da Ilha, um mundo onde havia padaria, cinema, ginásio, cantina, o externato, a igreja, as Oficinas Gerais, que fervilhavam de actividade e lá se fazia desde mobílias para as casa até cinzeiros para o ASAS. A pouco e pouco tudo se foi transformando mas é ainda sentimento dos nossos filhos, dos que cresceram no Aeroporto e estão na fase de iniciarem as suas vidas profissionais de que o sonho de criança se realize e entrem para os quadros da ANA. Alguns, poucos conseguem, mas a maioria não… A ANA, por força de muitas circunstâncias já não é o que era, mas o sonho ainda existe…só que são muito poucos os privilegiados que o realizam. Mesmo assim fica a nostalgia de uma coisa que temos a certeza tem o termo certo: O Aeroporto de Santa Maria.
Abraço mariense

3 comentários:

Anónimo disse...

O meu desejo é que as previsões pessimistas que ultimamente vêm surgindo nos "blogs" marienses não se venham a concretizar. Noutro "blog" a «Lua dos Açores» refere que circula o boato da eminência de demolição do cinema. Outra informação que me chegou refere a prevista demolição do «Asas» (e isto depois das obras de beneficiação que ali têm sido levadas a efeito). Tudo isto se conjuga com a publicitada intenção da ANA de promover a construção de um campo de golfe e equipamento associado? Atenção às suas implicações sociais e ambientais! Recordo, para quem não se lembra ou não teve conhecimento disso, que foi na sequência do ciclone dos anos 40 e de tempestades subsequentes que nessa década atingiram Santa Maria e de que resultou um enorme arrastamento de terras para o mar, particularmente em zonas mais desprovidas de cobertura vegetal, como foi o caso da área onde se situa o Aeroporto, que a então Direcção da Aviação Civil mandou plantar as árvores que lá existem (acácias e eucaliptos, embora a escolha destas espécies seja discutível devido a outro tipo de impacto nos solos), da qual foi responsável empenhado o antigo funcionário do Aeroporto Sr. Martins Peleteiro, depois funcionário (e reformado) da ANA em Lisboa.

R.C disse...

Alguns dos que tem essa sorte esqueceram-se foi de onde vieram .....

Anónimo disse...

A vida tem destas coisas tanto dá para crescer como para decrescer, no caso de Santa Maria tem sido mais para a 2 fase e pelo que se vai vendo continuará com a mesma tendencia. Cada vez mais se nota o desinteresse,a casa de cinema vai cair ,o Asas continua na incerteza, o Aeroporto continua a ser remendado e com uma Torre de Control a cair aos bocados e tornando-se na pior fotografia para recordar, mais valia que a tirassem dali para fora ,e ainda querem um campo de golfe ?! já não bastam os buracos que temos em todo o Aeroporto? Esta eterna mania das grandezas sempre levou este Aeroporto ao fundo, por isso estamos como estamos. Se tudo for feito a um nível superior à necessidade aí temos no que fica, mas nunca se aprende. É um campo de golfe para a Ilha outro para a ANA- ha-de ser uma casa de Cinema para a Ilha outra para o Aeroporto e qualquer dia ainda haverão de querer uma Marina em cada portinho da Ilha, lá chegaremos!!! e cada vez mais somos menos mas as cabecinhas essas deliram sempre por mais...
L.A