Bom dia!
Como todos os portugueses que assistem aos telejornais nacionais ou lêm jornais, tenho acompanhado a polémica do anunciado encerramento de algumas maternidades no Continente. Por arrasto veio-me à ideia as questões ligadas com a saúde em Santa Maria.
Diz-se que o que tem que ser tem muita força e nós os marienses sabemo-lo de Cátedra, com os olhos fechados, no que diz respeito a encerramentos de coisas, nomeadamente, da valência de partos do nosso Centro de Saúde. Bons e velhos são os tempos em que os marienses nasciam em Santa Maria. Mas por força da política de saúde adoptada, justificada pelo necessidade do abaixamento da mortalidade infantil na região, há anos que somos Marienses nascidos em S Miguel. Mas são sempre os critérios economissistas que determinam estas decisões políticas. Dizem os nossos governantes que não é economicamente sustentável ter uma maternidade aberta nas ilhas pequenas com os serviços mínimos de obstetrícia e neonatologia. Mas é economicamente sustentável mandar grávida e acompanhante para a Maternidade mais próxima, na ilha ao lado, com uma antecedência ao parto que pode rondar os 20 dias, tê-los numa pensão modesta, com um subsídio diário que pouco mais paga que um pequeno almoço e mais uma almoço numa tasquinha mal amanhada e andam os dois, a parturiente e, normalmente, o Pai da criança, a verem escoar-se as horas dos dias à espera da hora do nascimento e a verem escoarem-se as forças e os parcos recursos em nome das políticas economissista do Governo.
Ainda relacionado com questões de saúde e com poupanças nas barrigas do Povo, li um post no blog Gritos de Santa Maria sobre um tema que já tratei em crónica anterior mas que nunca será demais referir para ver se a água mole em pedra dura surte o mesmo efeito do ditado popular e passo a referir:
Finalmente consigo intervir aqui no Gritos
Quem me convidou a fazê-lo sabe quem eu sou, sabe que entre algumas outras coisas sou militante do Partido Comunista Português e até há pouco tempo era a responsável pela sua organização em Santa Maria e Coordenadora do trabalho da CDU
Acontece que esta questão da hemodiálise, a da falta de técnicos de saúde no nosso Centro e a da deslocação das grávidas para fora da ilha já foram por nós tratadas, diversas vezes e, inclusivamente, foram apresentados requerimentos na Assembleia Legislativa Regional.
A resposta ao requerimento sobre a instalação de uma unidade portátil de Hemodiálise foi de que seria necessário pessoal especializado, inexistente, no Centro.
Esta foi uma das questões apresentadas, nas nossas múltiplas visitas de trabalho ao Centro de Saúde, aos seus Presidentes do Conselho de Administração. Concordo com Daniel de Sá quando afirma que "uma solução para estes casos não passa de uma opção política", a opção do desenvolvimento harmonioso da Região, onde todos os açoreanos tenhamos os mesmos direitos no que se refere aos cuidados de saúde, educação...
Como dizia a canção "A Paz, o Pão, a habitação, saúde, educação..."
Há cerca de 10 anos que andamos a colocar esta questão nas instâncias políticas. Se Daniel de Sá com a sua crónica a apelar aos sentimentos Cristãos de César tiver os resultados que nós, na tarimba política não tivemos, eu ficarei profundamente decepcionada com o nosso sistema político, mas imensamente feliz por ver que os nossos hemodializados podem fazer o percurso inverso e virem, finalmente, viver para as casas que deixaram em Santa Maria e ter a companhia dos que lhes são queridos. Penso que será muito mais barato para a Região a compra das máquinas do que pagar os subsídios de deslocação, instalação e acompanhante como acontece actualmente.
A economia não pode, nunca, sobrepor-se aos direitos inalienáveis do cidadão à saúde.
Abraços marienses
Ana Loura
Lisboa, 22 de Maio de 2006
Como todos os portugueses que assistem aos telejornais nacionais ou lêm jornais, tenho acompanhado a polémica do anunciado encerramento de algumas maternidades no Continente. Por arrasto veio-me à ideia as questões ligadas com a saúde em Santa Maria.
Diz-se que o que tem que ser tem muita força e nós os marienses sabemo-lo de Cátedra, com os olhos fechados, no que diz respeito a encerramentos de coisas, nomeadamente, da valência de partos do nosso Centro de Saúde. Bons e velhos são os tempos em que os marienses nasciam em Santa Maria. Mas por força da política de saúde adoptada, justificada pelo necessidade do abaixamento da mortalidade infantil na região, há anos que somos Marienses nascidos em S Miguel. Mas são sempre os critérios economissistas que determinam estas decisões políticas. Dizem os nossos governantes que não é economicamente sustentável ter uma maternidade aberta nas ilhas pequenas com os serviços mínimos de obstetrícia e neonatologia. Mas é economicamente sustentável mandar grávida e acompanhante para a Maternidade mais próxima, na ilha ao lado, com uma antecedência ao parto que pode rondar os 20 dias, tê-los numa pensão modesta, com um subsídio diário que pouco mais paga que um pequeno almoço e mais uma almoço numa tasquinha mal amanhada e andam os dois, a parturiente e, normalmente, o Pai da criança, a verem escoar-se as horas dos dias à espera da hora do nascimento e a verem escoarem-se as forças e os parcos recursos em nome das políticas economissista do Governo.
Ainda relacionado com questões de saúde e com poupanças nas barrigas do Povo, li um post no blog Gritos de Santa Maria sobre um tema que já tratei em crónica anterior mas que nunca será demais referir para ver se a água mole em pedra dura surte o mesmo efeito do ditado popular e passo a referir:
Finalmente consigo intervir aqui no Gritos
Quem me convidou a fazê-lo sabe quem eu sou, sabe que entre algumas outras coisas sou militante do Partido Comunista Português e até há pouco tempo era a responsável pela sua organização em Santa Maria e Coordenadora do trabalho da CDU
Acontece que esta questão da hemodiálise, a da falta de técnicos de saúde no nosso Centro e a da deslocação das grávidas para fora da ilha já foram por nós tratadas, diversas vezes e, inclusivamente, foram apresentados requerimentos na Assembleia Legislativa Regional.
A resposta ao requerimento sobre a instalação de uma unidade portátil de Hemodiálise foi de que seria necessário pessoal especializado, inexistente, no Centro.
Esta foi uma das questões apresentadas, nas nossas múltiplas visitas de trabalho ao Centro de Saúde, aos seus Presidentes do Conselho de Administração. Concordo com Daniel de Sá quando afirma que "uma solução para estes casos não passa de uma opção política", a opção do desenvolvimento harmonioso da Região, onde todos os açoreanos tenhamos os mesmos direitos no que se refere aos cuidados de saúde, educação...
Como dizia a canção "A Paz, o Pão, a habitação, saúde, educação..."
Há cerca de 10 anos que andamos a colocar esta questão nas instâncias políticas. Se Daniel de Sá com a sua crónica a apelar aos sentimentos Cristãos de César tiver os resultados que nós, na tarimba política não tivemos, eu ficarei profundamente decepcionada com o nosso sistema político, mas imensamente feliz por ver que os nossos hemodializados podem fazer o percurso inverso e virem, finalmente, viver para as casas que deixaram em Santa Maria e ter a companhia dos que lhes são queridos. Penso que será muito mais barato para a Região a compra das máquinas do que pagar os subsídios de deslocação, instalação e acompanhante como acontece actualmente.
A economia não pode, nunca, sobrepor-se aos direitos inalienáveis do cidadão à saúde.
Abraços marienses
Ana Loura
Lisboa, 22 de Maio de 2006
1 comentário:
Temas pertinentes. Se a parturiente quiser a criança pode nascer em casa 'ajudada pela parteira artesanal'. Mas os tempos são outros e da outra senhora nem é bom falar.´É evidente que há muitas soluções como por exemplo os bombeiros terem um helicoptero para essas situações. E podia se dizer mil coisas. Cada cabeça sua sentença. Fica bem.
Manuel
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