26 de fevereiro de 2006

Do Faial com amor






Crónica lida aos microfones da estação emissora do Clube Asas do Atlântico no dia 20 de Fevereiro de 2006

Bom dia!
Estive este fim-de-semana na Ilha do Faial na reunião do Conselho Regional do Partido Comunista Português. Nestas reuniões é feita a análise da situação política nacional e regional e são tratadas questões organizativas. Da análise feita à situação política regional ressaltou-me as questões preocupantes do aumento do desemprego e da emigração, sinais evidentes da recessão económica cada vez maior a nível quer nacional quer regional, apesar de os nossos governantes apregoarem que não, que está tudo bem que os açorianos vivem cada vez melhor.
A questão da chamada Coesão do arquipélago e da criação da empresa Ilhas de Valor também foi abordada e ficamos todos a saber, afinal, que de coesão é todo o arquipélago e que o dinheiro que vem da União Europeia e que ao abrigo do conceito de coesão deveria ser empregue nas ilhas cuja falta de desenvolvimento as afasta do patamar de nível de vida das ilhas grandes, Corvo, Flores, S. Jorge, Graciosa e Santa Maria, irá ser empregue na criação de um parque temático e...pasme-se, na Ilha Terceira. Os nossos governantes andam a criar conceitos e empresas baseadas em conceitos que depois são falseados. Mas Duarte Ponte, apressou-se a esclarecer o povo açoriano, na conferência de imprensa que teve como objectivo apresentar a nova empresa sedeada em Santa Maria e dirigida por uma mariense, dizendo: “a nova empresa poderá actuar em todo o arquipélago”, lá se foi o conceito de “Coesão”. Os nossos governantes são artistas em nos atirar areia para os olhos.
Claro que o alargamento do período de encerramento nocturno do nosso aeroporto não foi esquecido. Continuaremos a apoiar as iniciativas de protesto e logo tenhamos resposta ao requerimento apresentado pelo nosso Grupo Parlamentar na Assembleia da República daremos conta aos marienses

Durante a minha estadia no Faial tive a sorte de poder assistir ao espectáculo promovido pelo pelouro da cultura da Câmara Municipal do Faial cujo responsável é Maria do Céu Brito eleita nas listas da CDU.
“José Medeiros nasceu em Vila Franca do Campo, Açores, em 8 de Dezembro de 1951. Em 1976 entra para os quadros da RTP. Trabalha alguns anos em Lisboa e regressa aos Açores, em meados dos anos 80 para continuar a carreira de realizador na RTP - Açores.“Embora envolvido na música tradicional e popular desde os anos 70, José Medeiros, tornou-se mais conhecido pela realização de várias séries televisivas para as quais compôs canções, fortemente baseadas na tradição e cultura açorianas, reflectindo a profundidade e a nostalgia dos sentimentos ilhéus.Destes trabalhos televisivos destacam-se: em 1986 os "Xailes Negros", em 1987 a "Balada do Atlântico", em 1989 "O Barco e o Sonho", em 1992 "Mau Tempo no Canal", em 1995 "O Feiticeiro do Vento", em 1996 o "Pepe Fotógrafo e as Valsas do Mundo" e em 1998 "7 Cidades”.
http://attambur.com/Noticias/20041t/tornaViagem_JoseMedeiros.htm
O espectáculo, baseado no novo CD de Zeca Medeiros contou com a participação de Filipa Pais. Gostaria de referir a minha mais profunda simpatia pelo trabalho deste, quanto a mim, mais completo artista açoriano que se move em áreas artísticas tão diversas como o teatro, a poesia, a música, a realização televisiva e de “diseur”de poesia.
O álbum musical “Torna Viajem” que foi a base do espectáculo, mereceu recentemente o prémio José Afonso.
Zeca Medeiros tem uma presença em palco que prende a atenção, cativa. Como disse, para mim, é o artista açoriano mais completo. E neste espectáculo intimista é perfeito o “entendimento” entre Zeca, os músicos magistralmente o acompanham. Filipa Pais tem uma participação que se integra perfeitamente no ambiente e que mantém o fio condutor do restante espectáculo
Parabéns àqueles que tiveram a oportunidade de assistir ao excelente espectáculo e a aproveitaram. Que o digam os marienses que encontrei na plateia.
A minha mais sincera simpatia e homenagem a um homem da cultura Açoriana, reconhecido em todo Portugal, Zeca Medeiros.

Abraços marienses

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